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Convênios: médicos reivindicam melhorias em ato público

25/04/2013

O CREMERJ participou de um protesto nacional de médicos para reivindicar o reajuste anual de honorários às operadoras de saúde e o pagamento da Classificação Brasileira de Honorários e Procedimentos Médicos (CBHPM) plena, entre outras medidas. O evento mobilizou representantes da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro (Somerj), da Central Médica de Convênios e das sociedades de especialidade na manhã desta quinta-feira, 25, Dia Nacional de Alerta aos Planos de Saúde, no Centro do Rio.

Com carro de som, banners, faixas e distribuição de panfletos à população, a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo, e o conselheiro Aloísio Tibiriçá – que também é vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) – iniciaram a manifestação. Participaram ainda do ato os conselheiros Luís Fernando Moraes, Vera Fonseca, Pablo Vazquez, Sergio Albieri, Nelson Nahon e José Ramon Blanco – também presidente da Somerj –, além dos representantes das demais entidades.

Márcia Rosa chamou a atenção para alguns problemas que a categoria médica tem vivido, como os valores desiguais que os planos pagam para atender pacientes em quarto e enfermaria.

“Algumas operadoras pagam R$ 54,00 por consulta e acham que estão pagando muito. Só que essa remuneração não é suficiente para as despesas fixas do consultório e, assim, o médico é obrigado a prestar um número maior de consultas, comprometendo a qualidade do atendimento. Também estamos em campanha por igualdade no valor pago pelos pacientes internados em quarto e enfermaria. Os planos pagam menos pelos pacientes da enfermaria, porém o médico atende os dois sem distinção”, declarou.

 A presidente do CREMERJ explicou ainda que o movimento busca a aprovação do Projeto de Lei 6.964, de 2010, que prevê reajuste anual nos contratos dos médicos com as operadoras, e pediu o apoio da população à causa.

“Hoje não temos um reajuste anual, mas os planos de saúde têm. Ainda não temos uma lei ou um contrato que defina isso. Queremos a aprovação desse projeto, pois irá regularizar o reajuste anual. Estamos aqui não só para atrair a atenção dos médicos e dos planos de saúde, mas também da sociedade. Os clientes desses planos desconhecem o que eles fazem com os médicos”, alertou.

Segundo Aloísio Tibiriçá, no Rio de Janeiro, 55% da população é usuária da saúde suplementar e, por essa razão, seu apoio é tão importante para o movimento.

“Temos um compromisso com a sociedade e nosso papel é alertar e denunciar a nossa insatisfação com os planos de saúde. Às vezes, pedimos um exame que demora meses para ser feito, o que pode comprometer o nosso atendimento. Queremos mobilizar todo o Brasil com essa manifestação”, disse.
 
A vice-presidente do CREMERJ e representante da Sociedade de Ginecologia do Rio de Janeiro (Sgorj), Vera Fonseca, destacou valores defasados que os planos de saúde pagam por alguns procedimentos.

\"A população, que paga reajuste anual de seu plano de saúde, não sabe que o médico recebe entre R$ 420,47 e R$ 487,50 de algumas operadoras para fazer um parto, sendo que esses valores são divididos com a equipe. Tem médico auxiliar que chega a receber R$ 90,00 por um parto, o que é um absurdo\", pontuou.

Usuários de planos de saúde que compareceram ao ato público também compartilharam suas insatisfações, como foi o caso de Rosely Frayha, cliente da Assim: “Tenho convênio desde 1992. Tenho visto o descredenciamento dos médicos e a demora na marcação das consultas. O atendimento piorou muito”.

Este ano, os médicos do Rio de Janeiro reivindicam: consulta médica com valor mínimo de R$ 70,00; aplicação da 5ª edição da CBHPM plena por todos os convênios; equiparação dos valores de atendimentos feitos em enfermarias e quartos; valores iguais de honorários de planos de empresas e individuais; aprovação do Projeto de Lei 6.964/2010 e reformulação dos contratos que têm cláusulas leoninas.

“Vamos lutar por cada item e contamos com o apoio da população. Queremos fazer tudo às claras, porque não descartamos uma paralisação dos serviços se não houver um reajuste adequado”, concluiu Márcia Rosa.