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Conselhos debatem futuro da Saúde e da medicina

13/09/2012

 

O primeiro dia do II Congresso Brasileiro de Políticas Médicas, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), foi pontuado por ampla explanação sobre a avaliação do ensino médico. Entre as propostas em debate estão a criação do chamado exame de fim do curso aplicado aos egressos das escolas médicas e o teste de progresso, que seria aplicado ao longo do processo de formação dos futuros profissionais abrangendo estudantes, professores e instituições.

Na solenidade de abertura, a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo, deu o tom dos debates que marcaram o primeiro dia e devem se estender até o encerramento do Congresso, na próxima sexta-feira (14). Durante o encontro, poderemos nos debruçar sobre questões políticas. As pesquisas mostram que a maior preocupação da população é a saúde, o que nos traz maior responsabilidade.

O objetivo da mesa e dos debates foi atingido: estimular a discussão sobre a fragilidade da formação acadêmica e a viabilidade de implantação de propostas que mensurem o grau de capacitação dos futuros médicos. O professor da Maastricht University (Holanda), Carlos Fernando Collares, foi o convidado que abriu as discussões, ao apresentar em detalhes como são aplicados os testes de progresso em escolas de medicina fora do Brasil.

A partir do questionamento inicial de como se deve medir a competência de um médico, Collares registrou os pontos positivos e negativos da aplicação da prova aos formandos. O conferencista defendeu avaliações durante a formação acadêmica, de forma continuada, de maneira a evitar o que chamou de mera memorização. Entre os pontos frágeis do processo foram apontados o risco da seleção inadequada das questões e a fadiga causada com o tempo longo das provas. A vida profissional do médico não deve começar após a conclusão do curso, mas sim desde o primeiro dia de aula, afirmou Collares.

Na sequência dessa exposição, a mesa principal foi ocupada dois outros expositores: o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, e a presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), Janete Barbosa Lampert. As reflexões levantadas passaram pelas questões da qualidade de ensino e falta de vagas para residência. Atualmente, são 197 cursos de medicina em todo o país. Somente no estado de São Paulo, sete novas escolas médicas foram abertas nos últimos nove meses; sendo apenas uma detentora de hospital-escola.

O presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, encerrou a etapa das apresentações, a qual seguiu um debate com a participação dos presentes sobre a importância da avaliação dos cursos e o melhor modelo a ser empregado. A preocupação comum é colaborar para que os futuros médicos tenham uma melhor formação, o que deve beneficiar a população com um atendimento de maior qualidade. Como se aplicar uma avaliação para milhares de jovens médicos? Quem assumirá esta tarefa?,  questionou Roberto d’Avila.

Até o encerramento das atividades, a plenária poderá, em conjunto, avaliar e montar estratégias relacionadas à Saúde e à Medicina. Temas como reprodução assistida, interação dos conselhos com o Congresso, o financiamento da saúde e processos éticos-profissionais serão colocados em foco, em busca do aperfeiçoamento do atual modelo de assistência e do exercício profissional do médico.