Clipping - Crivella diz que Witzel está mal informado sobre Sapucaí
O Globo / Rio
12/03/2019
Segundo ele, é possível negociar gestão de Sambódromo. Mas alega que, se estado pode cuidar do carnaval, também deve assumir saúde
O Sambódromo deixou a prefeitura e o estado em rota de
colisão. O prefeito Marcelo Crivella afirmou ontem que Wilson Witzel está “mal
informado” sobre o processo para transferir a gestão da Sapucaí para o governo.
Hoje, a Passarela do Samba está cedida ao município em regime de comodato.
Segundo Crivella, Witzel precisa “pedir” à prefeitura para reassumir o espaço.
—Podemos conversar, claro. O maior benefício do carnaval
vai para o estado. Movimenta R$ 3 bilhões. E esses recursos estão na venda de
bebidas, nos hotéis, nos meios de comunicação. Esses setores recolhem impostos
para o estado. Venda de cerveja não paga IPTU ou ISS, paga ICMS, que é do
estado —disse o prefeito.
Crivella não perdeu a oportunidade para alfinetar o
governador ao dizer que o ex-juiz também poderia aceitar de volta os hospitais
que foram municipalizados:
—Acho que o governador poderia assumir também o Rocha
Faria, o Pedro II, o Albert Schweitzer, que a prefeitura pegou na época em que
o estado estava quebrado. Já que pode cuidar do carnaval, cuide também dessa
parte da saúde, que, cá para nós, é até mais importante do que o carnaval.
O Albert Schweitzer, em Realengo, e o Rocha Faria, em Campo
Grande, foram transferidos para a prefeitura em janeiro de 2016, durante as
gestões do então prefeito Eduardo Paes e do então governador Luiz Fernando
Pezão. Já o Pedro II passou para o município no governo de Sérgio Cabral. Na
época, o então governador anunciou a medida como uma “parceria” para que o
município se tornasse o responsável pelo serviço de emergência na cidade.
Em resposta ao prefeito, o estado informou que os três
hospitais mencionados são de urgência e emergência, atribuições da prefeitura.
Durante o lançamento de um novo portal da prefeitura, Crivella voltou a afirmar
que quer “desmamar” o carnaval.
—O carnaval é um patrimônio da cidade, mas isso não
justifica receber R$ 70 milhões que eu tenho que colocar em creches, nos
aposentados. Eles não podem ficar sem salário. Vamos fazer uma substituição de
recursos, o que eu respeitosamente chamei de desmamar. Desmamar não é matar. A
mãe mata quando desmama? Não.