Clipping - Lábio leporino ocorre por malformação facial
Extra / Bem viver
08/02/2019
Amamentação requer cuidados e deve ser orientada por profissionais de saúde
A apresentadora Ana Hickmann postou esta semana uma
homenagem à irmã, a modelo Isabel Hickmann, e ao sobrinho, Francisco, que
nasceu com fendas no lábio e no céu da boca. A fissura labiopalatina afeta um a
cada 600 nascidos no Brasil. A condição pode ter inúmeras causas, inclusive
fatores genéticos.
— Devemos imaginar a face do embrião em formação como um
conjunto de blocos que se fundem entre si gerando as estruturas faciais. Por
algum motivo, alguns destes blocos não se unem e ocasionam a fenda na face, que
pode variar desde uma pequena e quase imperceptível cicatriz no lábio superior
até a forma mais ampla que afeta tanto o lábio quanto o palato — explica
Henrique Cintra, cirurgião plástico do Hospital municipal Jesus e diretor do
Centro de Tratamento das Anomalias Craniofaciais da UERJ.
Crianças que nascem com uma fissura como a do pequeno
Francisco podem ter dificuldade para se alimentar nos primeiros meses de vida
e, mais para frente, apresentar outras complicações como detalha Clay Brites,
pediatra e neurologista infantil do Instituto NeuroSaber:
— Podem também ocorrer distúrbios da fala e da audição,
problemas respiratórios, infecções repetidas, além de alterações odontológicas.
Mesmo diante das dificuldades de alimentação, é importante
que as mães amamentem seus filhos.
— O leite materno proporciona as quantidades ideais de
nutrientes, anticorpos e água, além de ser um importante estímulo mecânico para
a musculatura da face, língua e mandíbula. Na presença de fenda palatina,
podemos usar placas para que o bebê possa sugar melhor o leite materno — afirma
Patrícia Rezende, pediatra do Grupo Prontobaby.
COMO AMAMENTAR
AMAMENTAÇÃO
ADAPTADA
Para amamentar uma criança com a fenda é preciso produzir
uma placa que impeça a passagem do leite pela fissura ou usar mamadeiras com
bicos adaptados.
POSIÇÃO
Na hora da amamentação, a criança deve ser posicionada o
mais vertical possível para evitar a passagem do leite para a tuba auditiva e
diminuir as chances de surgimento de otites.
CUIDADO
Não adaptar a amamentação, faz com que a criança tenha
dificuldade de ganhar peso, já que não consegue sugar o leite de maneira
adequada e gasta muita energia nesta tentativa.
‘A preocupação que eu tive na gestação
passou’
ISABEL
HICKMANN-Modelo e mãe do Francisco, de 3 meses
Com 21 semanas de gestação descobrimos que ele tinha a
fissura. Como ele nasceu prematuro, de 34 semanas, passamos 19 dias na UTI
Neonatal, mas isso não tinha a ver com a fenda e sim com as crises de apneia
que ele tinha. Mas, neste tempo que passamos no hospital, tivemos uma ajuda
incrível. Por uns quatro dias, todas as amamentações dele foram acompanhadas
por uma fonoaudióloga. Toda essa preocupação que eu tive durante a gestação
passou porque a fenda não é empecilho para nada. A única coisa que preciso fazer
é tirar o leite na bombinha e amamentálo na mamadeira. Fora isso, ele é uma
criança como outra qualquer. Com seis meses vai fazer a primeira cirurgia e
começar com o fonoaudiólogo.