Clipping - Saiba como o seu filho deve se alimentar
Extra / Bem viver
09/09/2018
Especialistas em nutrição infantil dizem o que os pais devem fazer
Ter um filho significa assumir inúmeras responsabilidades,
e uma delas é com a alimentação da criança. Durante os seis primeiros meses, a
recomendação é que o bebê consuma apenas o leite materno. Mas algumas mães
precisam voltar a trabalhar antes de acabar o período de amamentação exclusiva.
Nesses casos, há duas soluções, como aponta a nutróloga pediátrica Monica
Moretzsohn, do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP):
— O ideal seria que elas conseguissem manter a amamentação
exclusiva durante este período, tirando o leite com bombinha e dando para o
bebê, mas isso não é a realidade da maioria. Então, nesses casos, é indicado
começar com a fórmula infantil própria para bebês com menos de 6 meses. É
preciso reforçar que as crianças com menos de 1 ano não podem tomar leite de
vaca.
Após os 6 meses, é preciso fazer o filho experimentar os
alimentos, já que a amamentação não supre mais — sozinha — as necessidades
dele. É nesta época de complementação alimentar que surge outro grande desafio
para os pais.
— Muitos acham que esta fase será fácil, mas a realidade é
que a criança vai cuspir, vai fazer cara feia, até ela entender que este é um
novo processo, já que ela vai se deparar com outros sabores e texturas. Por
isso, é preciso ter paciência e muita calma, porque o bebê vai se adaptando aos
pouquinhos — alerta Luna Azevedo, nutricionista materno-infantil da clínica
Nutrindo Ideais.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Para garantir a nutrição e o desenvolvimento da criança,
recomenda-se que os bebês sejam alimentados de forma mista: refeições dadas em
colher (com alimentos amassados ou picadinhos) e em pedaços, cortando uma maçã,
por exemplo, em um tamanho em que a cri
A partir dos 6 meses, os pais podem dar todos os tipos de
comida para o filho, até aqueles considerados mais alergênicos como ovo, peixe
e frutos do mar. Mas é preciso tomar cuidado com a higienização e o preparo da
comida, pois uma diarreia, por exemplo, pode fazer muito mal para a criança
Para repetir um alimento (fruta, verdura ou proteína)
espere pelo menos dois dias. Por exemplo, se a criança comeu banana no domingo,
espere até quarta para dar novamente. Em caso de apresentação de alergias, isso
contribuirá para identificar melhor o agente causador
O sal está proibido para a criança até que ela complete 1
ano de idade. Neste período, a comida deve ser preparada separadamente da
refeição da família. Após completar 1 ano, ela pode comer a mesma refeição da
família
A recomendação é que os pais evitem dar sucos aos seus
filhos antes de 1 ano de idade. O ideal é trocar o líquido pela fruta e
oferecer água à criança
O açúcar não deve ser dado à criança até que ela complete 2
anos de idade. Depois dos 24 meses, a recomendação é evitar ao máximo a adição
de açúcar, principalmente o refinado (isto vale para todas as idades)
Inclua novos alimentos gradualmente, sem
pressa
A complementação alimentar deve ser feita de maneira
gradual. A nutricionista materno-infantil Alexandra Marinho recomenda inserir
uma nova refeição a cada semana, começando pelo lanche de fruta, seguindo pelo
almoço, outro lanche de fruta e o jantar. É preciso lembrar que o leite materno
continua sendo importante para a criança e, por isso, quanto mais a mãe
prolongar os meses de amamentação, melhor para o bebê. O intervalo entre uma
refeição e outra deve ocorrer a cada duas ou três horas.
— A introdução alimentar é uma das partes mais importantes
em relação à alimentação do ser humano. Se ela for feita de maneira correta, a
tendência é ter uma criança mais adepta a provar novos sabores, que não vai
mostrar tanta resistência às mudanças que forem apresentadas pelos pais e vão
receber melhor os pratos coloridos — diz Alexandra.
Os pais devem preconizar a oferta de pratos que possuam uma
porção de carboidratos, uma porção de leguminosas, uma porção de proteína, uma
verdura e dois tipos de legumes, preferencialmente de cores diferentes.
— Quem determina o que a criança deve comer são os pais, já
a quantidade deve ser escolhida pela criança — finaliza Monica.