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Clipping - Terreno para ampliar o Inca às moscas

Extra / Cidades

24/08/2018


Há pelo menos três anos, desde que as obras para ampliação do Instituto Nacional do Câncer (Inca) foram paralisadas, uma imensa área — de 14.585m² — no Centro do Rio, onde o novo complexo seria erguido, está abandonada. O terreno, ao lado do prédio-sede, na Praça da Cruz Vermelha, se transformou num grande matagal, que já alcançou a altura dos tapumes. Os vizinhos temem que o espaço seja invadido.

O local abrigou por anos o Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), demolido no fim de 2012, após protestos. Os trabalhos para erguer o novo complexo foram iniciados, mas logo após as fundações, a empresa responsável, a Schahin Engenharia, surgiu no escândalo da Operação Lava-Jato, e as obras foram interrompidas. No começo deste ano, a construtora teve a falência decretada.

— Teria sido melhor para a população reformar o Iaserj. À noite, moradores de rua invadem o terreno, fazem fogueira para derreter os fios de cobre que pegam na rua. Já teve princípio de incêndio e foi preciso chamar os bombeiros. Quando chove, o problema são as poças d’água. Todo mundo aqui já pegou dengue, inclusive eu. Daqui a pouco, vão invadir e construir barracos — diz Maria Sameira Pimenta, de 70 anos, sócia de uma tinturaria próxima.

O projeto original de ampliação do Inca previa a construção de um centro de desenvolvimento científico para o controle do câncer, além de áreas destinadas a atendimento de pacientes. As obras na área cedida à União pelo governo do estado custariam R$ 500 milhões.

— Isso é reflexo do descaso dos governantes com o erário. Não é só aqui. Há prédios abandonados, como o que serviu ao IML — critica Nelson Virla, diretor da Associação dos Funcionários do Inca.

Desde a demolição do Hospital Central do Iaserj, que tinha cerca de 400 leitos, os atendimentos ambulatoriais foram transferidos para a unidade do Maracanã. O Ministério da Saúde e a direção do Inca não se pronunciaram.