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Três em cada cinco bebês não são amamentados na primeira hora de vida

01/08/2018

Um novo relatório lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que 78 milhões de bebês – três em cada cinco – não são amamentados em sua primeira hora de vida. Isso os coloca em maior risco de morte e doença, tornando-os menos propensos a continuar amamentando. A maioria desses bebês nasceu em países de baixa e média renda.  

O relatório observa que os recém-nascidos que amamentam na primeira hora de vida são significativamente mais propensos a sobreviver. Mesmo um atraso de algumas horas após o nascimento pode representar consequências com risco de vida. O contato “pele a pele” e a amamentação estimulam a produção do leite materno, inclusive o “colostro”, também chamado de "primeira vacina" do bebê, que é extremamente rico em nutrientes e anticorpos.

“Quando se trata do início da amamentação, o timing é tudo. Em muitos países, pode até ser uma questão de vida ou morte”, diz Henrietta H. Fore, diretora executiva do UNICEF. “No entanto, todos os anos, milhões de recém-nascidos perdem os benefícios da amamentação precoce e as razões – com demasiada frequência – são coisas que podemos mudar. As mães simplesmente não recebem apoio suficiente para amamentar dentro daqueles minutos cruciais após o nascimento, mesmo do pessoal médico das unidades de saúde.”

As taxas de amamentação na primeira hora após o nascimento são mais altas na África Oriental e Austral (65%) e mais baixas na Ásia Oriental e no Pacífico (32%), diz o relatório. Quase nove em 10 bebês nascidos em Burundi, Sri Lanka e Vanuatu são amamentados na primeira hora. Por outro lado, apenas dois em cada 10 bebês nascidos no Azerbaijão, no Chade e no Montenegro são amamentados.

“A amamentação dá às crianças o melhor começo possível na vida”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Precisamos urgentemente ampliar o apoio às mães – seja de membros da família, profissionais de saúde, empregadores e governos, para que possam dar a seus filhos o começo que merecem.”  

O relatório “Capture the Moment”, que analisa dados de 76 países, descobre que, apesar da importância do início precoce da amamentação, muitos recém-nascidos ficam esperando por muito tempo e por diferentes razões, incluindo:  

Alimentos e bebidas para recém-nascidos, incluindo fórmula: Práticas comuns, como descartar o colostro, dar mel ao bebê e profissionais de saúde que dão ao recém-nascido um líquido específico, como água com açúcar ou fórmula infantil, atrasam o primeiro contato essencial do bebê com sua mãe.  

O aumento das cesarianas eletivas: no Egito, as taxas de cesáreas mais que dobraram entre 2005 e 2014, aumentando de 20% para 52%. Durante o mesmo período, as taxas de início precoce da amamentação diminuíram de 40% para 27%. Um estudo realizado em 51 países observa que as taxas de início precoce do aleitamento são significativamente menores entre os recém-nascidos nascidos por cesariana. No Egito, apenas 19% dos bebês nascidos por cesariana foram amamentados na primeira hora após o nascimento, em comparação com 39% dos bebês nascidos por parto natural.  

Lacunas na qualidade dos cuidados prestados às mães e aos recém-nascidos: de acordo com o relatório, a presença de uma parteira qualificada não parece afetar as taxas de amamentação precoce. Em 58 países, entre 2005 e 2017, os partos nas instituições de saúde cresceram 18% pontos percentuais, enquanto as taxas de início precoce aumentaram 6 pontos percentuais. Em muitos casos, os bebês são separados de suas mães imediatamente após o nascimento e a orientação dos profissionais de saúde é limitada. Na Sérvia, as taxas aumentaram 43 pontos percentuais de 2010 a 2014, devido aos esforços para melhorar os cuidados recebidos pelas mães no nascimento do bebê.

Estudos anteriores, citados no relatório, mostram que os recém-nascidos que começaram a amamentar entre duas e 23 horas após o nascimento tiveram um risco 33% maior de morrer do que aqueles que começaram a amamentar dentro de uma hora após o nascimento. Entre os recém-nascidos que começaram a amamentar depois de um dia ou mais, o risco mais do que dobrou.

O relatório insta governos, doadores e outros tomadores de decisão a adotar medidas legais fortes para restringir a comercialização de fórmulas infantis e outros substitutos do leite materno.  

A iniciativa Global Breastfeeding Collective, da OMS e do UNICEF, também lançou o Global Breastfeeding Scorecard 2018, que acompanha o progresso das políticas e programas de amamentação. A publicação incentiva os países a promoverem políticas e programas que ajudem todas as mães a iniciar a amamentação na primeira hora da vida de seus filhos e a continuar pelo tempo que quiserem.

 

Fonte: Site da OMS