Redução de morte cardiovascular e colocam em evidência medicamentos descoberta no Brasil
26/06/2015
Em palestra para cerca de 200 médicos, durante a Socesp, em São Paulo, Dr. Luiz Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do Incor, apresentou dados significativos de estudos realizados recentemente em diversos países comparando as principais classes de medicamento contra hipertensão, os Iecas (inibidores da enzima conversora da angiotensina) e os BRAs (bloqueadores do receptor da angiotensina).
Enquanto os Iecas apresentaram uma redução de 17 % do risco de morte cardiovascular, de 22% do risco de um acidente vascular cerebral (AVC) e de 17% do risco de infarto, os BRAs apresentaram resultados neutros em todos os casos, exceto no risc o de AVC, cuja redução foi de 17%. Os Iecas apresentaram, ainda, redução do risco de morte global, de 13%.
“A maior parte dos brasileiros está fora das metas terapêuticas, o que leva ao aumento da mortalidade. É preciso que os médicos entendam que não basta apenas controlar a pressão arterial. O tratamento anti-hipertensivo deve ser capaz também de proteger os órgãos-alvo e reduzir o risco cardiovascular”, explica o médico, se referindo à proposta dos Iecas.
“Esta classe de medicamentos tem apresentado mais evidências de superioridade na proteção cardiovascular dos pacientes hipertensos, notadamente pela redução do risco de infarto do miocárdio”, finaliza.
A hipertensão é um problema grave no país, é a principal causa de morte cardiovascular entre os brasileiros, e atinge mais de 30% da população adulta. Mais de 60% das pessoas têm conhecimento sobre sua condição, mas apenas metade delas está em tratamento, e somente 20% têm a doença controlada.
Em seguida, o cardiologista e pesquisador canadense, Dr. Martin Strauss, conduziu uma palestra sobre como controlar a pressão arterial e reduzir o risco de eventos coronarianos, ressaltando a importância dos Iecas na proteção do sistema cardiovascular.
Após apresentar cronologicamente os estudos mais importantes referentes aos BRAs e aos Iecas, Dr. Strauss reforçou a importância dos médicos se basearem nas evidências para tomar decisões no dia a dia clínico. Para ele, não há dúvidas de que os Iecas representam a melhor opção para o tratamento da hipertensão, incluindo os pacientes hipertensos diabéticos e/ou com disfunção renal.
“Quando você trata um paciente, deve mostrar a ele que o medicamento pode fazer com que viva mais. É o que as pessoas querem, é o que nós queremos”, comenta. O médico apresentou ainda dados da prática médica canadense, onde as diretrizes para o tratamento da hipertensão possuem metas mais ousadas, devido à análise rigorosa das evidências.
“Enquanto em todo o mundo a meta de pressão arterial para pacientes hipertensos e diabéticos é de 14/9, no Canadá esta meta é de 13/8”, exemplifica.
Sobre os IECAs
Em 1962, o médico e pesquisador Dr. Sérgio Ferreira, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, descobriu o fator potencializador da bradicinina, através do veneno da cobra Jararaca. Sua descoberta foi o primeiro passo para a utilização dos inibidores da enzima conversora da angiotensina, os Iecas. No fim dos anos 90, os bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs) ficaram em evidência devido a alguns estudos o destacarem como uma opção aos Iecas. Agora, mais de 15 anos depois da chegada dos BRAs, e mais de 50 anos após a descoberta dos Iecas, eles voltam a estar em evidência em uma série de estudos retrospectivos e prospectivos. É interessante observar que os resultados positivos alcançados pelos Iecas foram potencializados por algumas moléculas, tal como o perindopril arginina.
Os IECAs atuam de uma forma que resulta numa vasodilatação e também com ação anti-inflamatória sobre o sistema circulatório. Sua principal diferença em relação aos BRAs é que, além de impedir a produção da angiotensina (que causa a hipertensão e tem efeito tóxico direto sobre o tecido do sistema vascular, coração, cérebro e rim), atenuando os efeitos e reduzindo a pressão, eles previnem a degradação da bradicinina, que tem grande importância para a proteção cardiovascular.
Em palestra para cerca de 200 médicos, durante a Socesp, em São Paulo, Dr. Luiz Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do Incor, apresentou dados significativos de estudos realizados recentemente em diversos países comparando as principais classes de medicamento contra hipertensão, os Iecas (inibidores da enzima conversora da angiotensina) e os BRAs (bloqueadores do receptor da angiotensina).
Enquanto os Iecas apresentaram uma redução de 17 % do risco de morte cardiovascular, de 22% do risco de um acidente vascular cerebral (AVC) e de 17% do risco de infarto, os BRAs apresentaram resultados neutros em todos os casos, exceto no risc o de AVC, cuja redução foi de 17%. Os Iecas apresentaram, ainda, redução do risco de morte global, de 13%.
“A maior parte dos brasileiros está fora das metas terapêuticas, o que leva ao aumento da mortalidade. É preciso que os médicos entendam que não basta apenas controlar a pressão arterial. O tratamento anti-hipertensivo deve ser capaz também de proteger os órgãos-alvo e reduzir o risco cardiovascular”, explica o médico, se referindo à proposta dos Iecas.
“Esta classe de medicamentos tem apresentado mais evidências de superioridade na proteção cardiovascular dos pacientes hipertensos, notadamente pela redução do risco de infarto do miocárdio”, finaliza.
A hipertensão é um problema grave no país, é a principal causa de morte cardiovascular entre os brasileiros, e atinge mais de 30% da população adulta. Mais de 60% das pessoas têm conhecimento sobre sua condição, mas apenas metade delas está em tratamento, e somente 20% têm a doença controlada.
Em seguida, o cardiologista e pesquisador canadense, Dr. Martin Strauss, conduziu uma palestra sobre como controlar a pressão arterial e reduzir o risco de eventos coronarianos, ressaltando a importância dos Iecas na proteção do sistema cardiovascular.
Após apresentar cronologicamente os estudos mais importantes referentes aos BRAs e aos Iecas, Dr. Strauss reforçou a importância dos médicos se basearem nas evidências para tomar decisões no dia a dia clínico. Para ele, não há dúvidas de que os Iecas representam a melhor opção para o tratamento da hipertensão, incluindo os pacientes hipertensos diabéticos e/ou com disfunção renal.
“Quando você trata um paciente, deve mostrar a ele que o medicamento pode fazer com que viva mais. É o que as pessoas querem, é o que nós queremos”, comenta. O médico apresentou ainda dados da prática médica canadense, onde as diretrizes para o tratamento da hipertensão possuem metas mais ousadas, devido à análise rigorosa das evidências.
“Enquanto em todo o mundo a meta de pressão arterial para pacientes hipertensos e diabéticos é de 14/9, no Canadá esta meta é de 13/8”, exemplifica.
Sobre os Iecas
Em 1962, o médico e pesquisador Dr. Sérgio Ferreira, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, descobriu o fator potencializador da bradicinina, através do veneno da cobra Jararaca. Sua descoberta foi o primeiro passo para a utilização dos inibidores da enzima conversora da angiotensina, os Iecas. No fim dos anos 90, os bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs) ficaram em evidência devido a alguns estudos o destacarem como uma opção aos Iecas. Agora, mais de 15 anos depois da chegada dos BRAs, e mais de 50 anos após a descoberta dos Iecas, eles voltam a estar em evidência em uma série de estudos retrospectivos e prospectivos. É interessante observar que os resultados positivos alcançados pelos Iecas foram potencializados por algumas moléculas, tal como o perindopril arginina.
Os Iecas atuam de uma forma que resulta numa vasodilatação e também com ação anti-inflamatória sobre o sistema circulatório. Sua principal diferença em relação aos BRAs é que, além de impedir a produção da angiotensina (que causa a hipertensão e tem efeito tóxico direto sobre o tecido do sistema vascular, coração, cérebro e rim), atenuando os efeitos e reduzindo a pressão, eles previnem a degradação da bradicinina, que tem grande importância para a proteção cardiovascular.