Aviso de Privacidade Esse site usa cookies para melhorar sua experiência de navegação. A ferramenta Google Analytics é utilizada para coletar informações estatísticas sobre visitantes, e pode compartilhar estas informações com terceiros. Ao continuar a utilizar nosso website, você concorda com nossa política de uso e privacidade. Estou de Acordo

Na Mídia - Mais de mil profissionais são demitidos em hospital municipal

O Dia /

08/12/2018


Organização Social que administra a unidade está sendo substituída. Funcionários protestaram

Rio - Mais de mil profissionais do Hospital Municipal Ronaldo Gazzola, em Acari, foram demitidos na manhã desta sexta-feira. A medida preocupa milhares de pessoas que dependiam da unidade, que fazia em média 1.200 atendimentos e 900 internações. Alguns voltaram para casa sem consulta. "Minha médica foi demitida. O que vou fazer?", se indignou uma paciente. 
A unidade que era administrada pela Organização Social (OS) Viva Rio será substituída pela Empresa Pública de Saúde (RioSaúde), que assume a gestão hoje. O hospital conta com 290 leitos, mas só seis estão ocupados.
Os profissionais não sabem quando receberão os salários de novembro, dezembro e a primeira parcela do 13º, que estão atrasados, nem os encargos trabalhistas. A enfermeira Paula Evangelista disse que não esperava a medida. "Foi uma surpresa para a maioria dos profissionais que foram chamados hoje (ontem), para assinar a rescisão. O pessoal da Viva Rio só comunicou que o hospital seria entregue vazio, sem funcionários. Não falaram dos salários. Ele alegam que a prefeitura não fez repasses", comentou.
Trabalhando no hospital há 10 anos, a fisioterapeuta Suzane Seiça estava indignada. "Não é justo. Trabalhamos mesmo com os salários atrasados, lidando com a falta de insumos e medicamentos. O hospital sempre foi subutilizado, tinha capacidade para 1.600 consultas ambulatoriais por mês. Era referência para as grávidas", lamentou.
Funcionário do hospital, o diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Alexandre Telles, também foi demitido. "Fomos chamados para assinar a rescisão. Mas não se falou sobre o pagamento. A OS não deposita o FGTS desde setembro. Tem dívida com o INSS de mais de R$ 800 mil. O sindicato irá tomar providências. São pessoas que se dedicaram, que trabalharam nas piores condições. O tomógrafo não funciona, por exemplo", revela o clínico. 

Cremerj cobra melhorias
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Sylvio Provenzano, a situação do Hospital Municipal Ronaldo Gazzola é preocupante. "O Cremerj vê com apreensão a situação em que se encontra aquela unidade. A substituição da OS pelo RioSaúde pode ser positiva, até porque o Viva Rio não vinha cumprindo com suas obrigações, inclusive com os profissionais", disse Provenzano.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a rescisão e pendências trabalhistas é de responsabilidade da OS. A partir das 7h deste sábado, a RioSaúde assumirá a gestão da unidade, renovando os processos de trabalho e restabelecendo os serviços e as especialidades.
A organização social Viva Rio, que administra o hospital desde 2016. foi procurada, mas não se pronunciou.