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Na Mídia - Sem andar e à espera de uma prótese que não vem

Extra / Cidade

24/11/2018


A exemplo de Gilmar da Cruz Santos, mais de 11 mil pessoas aguardam por circurgia no Into

A corrupção tem prejudicado a saúde de quem precisa de cirurgias ortopédicas no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Com dois ex-diretores presos e seus principais fornecedores de próteses e órteses investigados pela Operação Fatura Exposta, um braço da Lava-Jato, a unidade — que responde por 60% das operações ortopédicas da capital — vem sofrendo com o desabastecimento.

As empresas estrangeiras que forneciam os insumos, e são suspeitas de participarem do esquema de corrupção flagrado pela PF, retiraram seus representantes do Brasil. As brasileiras, também investigadas, não têm conseguido suprir a demanda de material do hospital. Por causa disso, a fila de pacientes à espera de cirurgia não para de crescer: já são 12 mil.

Na 459ª posição, o eletricista Gilmar da Cruz Santos, de 38 anos, que sofre de artrose no quadril, precisa de uma prótese bilateral. A doença foi diagnostica há dois anos e se agravou em função da demora para a cirurgia no Into. Hoje, Gilmar, que trabalhava na construção civil, mal consegue andar. Precisa do apoio de muletas.

— A dor só piora, não sei quando nem se vou conseguir fazer minha cirurgia. Já fiz risco cirúrgico duas vezes, mas não consigo resolver — reclama Gilmar.

Uma vistoria realizada anteontem no Into por uma comissão formada por representantes da Defensoria Pública da União e o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) revelou a penúria por que passa a unidade. No almoxarifado, as prateleiras onde deveriam estar guardadas próteses de ombro de joelho estão vazias. Nas destinadas ao material de coluna e quadril, foram encontrados apenas conjuntos incompletos, que não atendem às necessidades da maioria dos pacientes.

— A situação é muito grave —diz defensor Daniel Macedo.