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Na Mídia - Nova emergência de Bonsucesso vai fechar

O Globo / Rio

23/03/2018


Recém-inaugurado em hospital federal, setor não tem médicos suficientes

A nova emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, aberta no dia 28 de fevereiro, será fechada amanhã. A paralisação foi decidida pelo corpo clínico da unidade por falta de recursos humanos. De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), faltam aproximadamente 950 funcionários na emergência, entre médicos e outros funcionários, como enfermeiros, fisioterapeutas e prestadores de serviço de limpeza e administração.

Presidente do Cremerj, o médico Nelson Nahon alegou que a falta de funcionários expõe a risco a população e os profissionais. O conselho diz que há um déficit de 161 médicos para a emergência e de 190 para retaguarda.

— Os pacientes estão desassistidos, e os profissionais não têm condições de trabalho. É um hospital de primeiro mundo sem profissionais. A população corre risco aqui — disse Nahon.

O hospital continuará atendendo a casos de vida ou morte, mas aconselha a população a não recorrer aos serviços da unidade durante a paralisação, que será interrompida quando for solucionado o problema de falta de funcionários. Segundo Nahon, dias após a abertura da emergência, já havia pacientes no corredor e apenas um clínico-geral de plantão.

Ontem, de acordo com relatos dos médicos, havia cinco clínicos na emergência. A expectativa do Cremerj é que pelo menos dois clínicos trabalhem durante a noite. A ala ainda tinha 11 pessoas em leitos no corredor. As salas amarela e vermelha da nova emergência continuam fechadas, e a sala vermelha improvisada abriga três pacientes.

Presidente do corpo clínico, Baltazar Fernandes admitiu que a falta de médicos é generalizada no hospital, e que o corpo clínico foi contra a abertura da nova emergência justamente devido à falta de profissionais:

Decidimos isso em várias reuniões. A emergência temporária já não tinha recursos humanos suficiente, imagina a nova. O hospital não tem médicos nem para atender os pacientes já internados no hospital.

PACIENTES À ESPERA

 Moradora de Belford Roxo, a garçonete Paula Santos, de 37 anos, tem sofrido com a falta de médicos. Há nove dias, sua mãe espera por uma hemodiálise nos corredores.

— O hospital está caótico. Não estão atendendo a gente. Desde que ela chegou, o hospital diz que está esperando o médico vascular — afirmou.

Em contato com a reportagem, o Ministério da Saúde afirmou que os atendimentos estão sendo feitos e informou que foram contratados, esta semana, 35 novos funcionários. Segundo o Cremerj, a quantidade não chega “nem perto” de resolver a situação. Há ainda, segundo a assessoria do ministério, um pedido em tramitação no Ministério do Planejamento para a contratação de mais profissionais para os seis hospitais federais do Rio.