Na Mídia - Bonsucesso: setor de oncologia reduz atendimentos
O Globo / Rio
07/11/2017
Com remédios em falta, hospital fez 191 quimioterapias em setembro. Média era 500
Uma lista de 28 medicamentos sem estoque, ou em quantidade insuficiente para iniciar novas quimioterapias, mostra a realidade do setor de oncologia do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde 60% dos remédios usados para combater diversos tipos de câncer estão em falta. O problema já afeta o atendimento. A unidade realizava cerca de 800 consultas ambulatoriais por mês. Em setembro, esse total caiu para 322 e, em outubro, ficou em 420. A média de 500 quimioterapias por mês caiu, em setembro, para 226 e, em outubro, para 191.
Apenas quatro médicos restam no serviço, ontem vistoriado
pelo presidente do Conselho Regional de Medicina
(Cremerj), Nelson Nahon. Ele encontrou no local uma pasta com o
título “lista de espera” e o nome de 24 pacientes que estão na fila por
radioterapia, tomografia e quimioterapia. Uma idosa, ao presenciar a inspeção,
desabafou:
— Doutor, pelo amor de Deus, há dois meses venho aqui e não
consigo fazer quimioterapia. Vou morrer.
De acordo com o defensor
público federal Daniel Macedo, que também participou da inspeção, o HFB
bloqueou a marcação de consultas para novos pacientes:
— Vou pedir abertura de inquérito policial para averiguar a
prática de crime de exposição da vida e da saúde de outrem a perigo e ajuizar
uma ação coletiva contra o Ministério da Saúde.
A direção do HFB diz que está adotando ações para resolver
o abastecimento e alega que há sete medicamentos em falta na oncologia, e não
28. A emergência do hospital continua fechada. Para reabri-la em fevereiro de
2018, como pretende, a direção diz precisar de 200 médicos.
Com remédios em falta, hospital fez 191 quimioterapias em setembro. Média era 500
Apenas quatro médicos restam no serviço, ontem vistoriado
pelo presidente do Conselho Regional de Medicina
(Cremerj), Nelson Nahon. Ele encontrou no local uma pasta com o
título “lista de espera” e o nome de 24 pacientes que estão na fila por
radioterapia, tomografia e quimioterapia. Uma idosa, ao presenciar a inspeção,
desabafou:
— Doutor, pelo amor de Deus, há dois meses venho aqui e não
consigo fazer quimioterapia. Vou morrer.
De acordo com o defensor
público federal Daniel Macedo, que também participou da inspeção, o HFB
bloqueou a marcação de consultas para novos pacientes:
— Vou pedir abertura de inquérito policial para averiguar a
prática de crime de exposição da vida e da saúde de outrem a perigo e ajuizar
uma ação coletiva contra o Ministério da Saúde.
A direção do HFB diz que está adotando ações para resolver o abastecimento e alega que há sete medicamentos em falta na oncologia, e não 28. A emergência do hospital continua fechada. Para reabri-la em fevereiro de 2018, como pretende, a direção diz precisar de 200 médicos.