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Na Mídia - Hospital reduz atendimentos de oncologia

Extra / Cidade

07/11/2017


Com falta de medicamentos e médicos em unidade federal, tratamento fica restrito a 50%

Uma lista de 28 medicamentos zerados ou sem estoque para iniciar novas quimioterapias mostra a realidade da farmácia do setor de oncologia do Hospital federal de Bonsucesso (HFB). Faltam 60% dos quimioterápicos. É com essa relação que os quatro médicos que restaram no serviço lutam para tentar salvar vidas. Mas uma caminhada pelos corredores da unidade mostra que eles estão perdendo a guerra.

— Doutor, pelo amor de Deus, há dois meses venho aqui e não consigo fazer quimioterapia. Vou morrer — desespera-se uma idosa, mostrando caroços em seu pescoço ao presidente do Cremerj, Nelson Nahon, que realizou ontem vistoria na unidade.

Ela não é a única nessa “situação desesperadora”, como classificou Nahon, após ouvir médicos do hospital e visitar farmácias e almoxarifados dos setores. Numa pasta rosa, uma lista com 24 nomes traz o título “lista de espera”. São pacientes aguardando radioterapia — a ser agendada em outra unidade, já que o HFB não tem o serviço —, tomografia e quimioterapia.

Numa geladeira da oncologia, foi encontrada insulina com data de validade vencida em junho deste ano.

 PELA METADE

O serviço de oncologia realizava cerca de 800 atendimentos ambulatoriais por mês. Em setembro, caiu para 322 e, em outubro, foi para 420. A média de 500 quimioterapias feitas ao mês caiu, em setembro, para 226 e, em outubro, para 191. Segundo o defensor público federal Daniel Macedo, que participou da vistoria, o HFB bloqueou marcação de consultas para novos pacientes:

— Vou solicitar abertura de inquérito policial para averiguar crime de exposição da vida e da saúde de outrem a perigo e ajuizar ação coletiva contra a União para reposição imediata da farmácia.

Emergência reabre em fevereiro

A comissão também vistoriou a emergência do HFB e constatou a superlotação do setor, que funciona em contêineres desde 2011.

Mas a nova emergência, em reforma desde 2012, tem data para reabrir: 28 de fevereiro. O prazo foi colocado num termo assinado pela direção do hospital e pelo Ministério da Saúde em audiência na 11ª Vara da Justiça Federal.

A direção do HFB informou que vem trabalhando para o abastecimento da unidade e que são sete os medicamentos em falta no serviço de oncologia. Sobre a insulina vencida, determinou abertura de sindicância. Alegou que os remédios em falta estão sendo substituído por outros, com a mesma função terapêutica. O Ministério da Saúde afirmou que iniciou processo para realização de concurso.