Na Mídia - Crise afeta toda a rede
Extra / Cidade
25/10/2017
Relatório do Cremerj revela que hospitais municipais também enfrentam caos
De setembro a outubro, foram fiscalizados os hospitais
Souza Aguiar, no Centro; Salgado Filho, no Méier; Fernando Magalhães, em São
Cristóvão; Rocha Faria, em Campo Grande; Albert Schweitzer, em Realengo;
Evandro Freire, na Ilha do Governador; e Ronaldo Gazolla, em Acari.
— A crise nas unidades municipais é grave e precisa de
resoluções imediatas. A população é quem mais sofre com toda essa situação.
Médicos e demais profissionais de saúde estão atuando em condições precárias, o
que certamente impacta no atendimento. Há atrasos de salários, superlotação,
falta de recursos humanos e déficit de medicamentos e insumos. É uma situação
absurda. Não dá para continuar desse jeito — destaca o presidente do Cremerj, Nelson Nahon.
Há ainda problemas graves de infraestrutura. No Souza
Aguiar, das dez salas do centro cirúrgico, apenas cinco estão em funcionamento
devido a problemas na climatização.
A Secretaria municipal de Saúde informou que o prefeito
Marcelo Crivella recebeu ontem representantes das nove organizações sociais que
administram unidades de saúde, e solicitou um levantamento dos recursos
necessários para a regularização de salários em atraso dos funcionários. O
valor ficou de ser apresentado pelas OSs hoje. “Assim que receber as
informações, o prefeito — com as secretarias de Fazenda e Saúde — estudará a
viabilidade de fazer o repasse nos próximos dias”, informou a nota enviada ao
EXTRA.
O QUE VIU O CONSELHO
Souza Aguiar
Fiscalizado no dia 18 de outubro. Grave falta de
profissionais de Saúde. Superlotação e carência de insumos e medicamentos. Dois
aparelhos de tomografia não estavam funcionando. CTI pediátrico permanece
fechado.
Fernando Magalhães
Vistoriado em 16 de outubro. Falta de profissionais, o que
tem causado o fechamento de serviços, como as UTIs.
Salgado Filho
Fiscalizado em 16 de outubro. Grave déficit de leitos,
equipamentos, materiais, medicamentos e profissionais de Saúde. Superlotação na
emergência.
Rocha Faria
Fiscalizado em 22 de
setembro. Redução nas equipes de plantão e Obstetrícia, em função dos atrasos
nos salários. Superlotação na emergência. Faltam ambulâncias, equipamentos e
remédios.
Albert Schweitzer
Vistoriado em 20 de setembro. Fechamento de 20 leitos na
UTI. CTI desativado. Superlotação na emergência.
Evandro Freire
Vistoriado em 18 de setembro. Falta de profissionais.
Redução no número de leitos. Atraso salarial.
Ronaldo Gazolla
Vistoriado em 11 de setembro. Passou duas semanas sem
receber pacientes.
Protesto no Complexo do Alemão
A lista de medicamentos
básicos tem em torno de 180 itens. Mas 116 estão em falta na Clínica da Família
Rodrigo Yamawaki Aguilar Roig, onde faltam ainda insumos básicos e salários em
dia. A situação foi denunciada, na manhã de ontem, durante um protesto que
reuniu profissionais de saúde e moradores do Complexo do Alemão na Estrada do
Itararé.
— A implantação das clínicas da família no Alemão foi uma luta, e é muito triste ver tudo sendo sucateado. Além da falta de medicamentos e insumos básicos, até para fazer curativos, as clínicas estão sem internet. Não podem inserir os pacientes no Sistema de Regulação (Sisreg) — denuncia Lúcia Cabral, coordenadora de projetos da ONG Educap, que atua no Alemão.
Segundo ela, todo material
tem sido racionado e, por isso, curativos estão sendo feitos apenas nas
clínicas.
O protesto reuniu também usuários dos dois Centros de
Atenção Psicossocial (CAPs) que funcionam no Alemão.
— Estão faltando remédios e alimentação — disse Janaína, paciente do CAPs João Ferreira Filho, na Estrada do Itararé.