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Na Mídia - Hospital Pedro II: em documento, direção diz que não tem condições de receber novos pacientes

Extra /

16/12/2016


A superlotação e “problemas operacionais” ocasionados pelas dificuldades financeiras por que passa o estado do Rio levaram a direção do Hospital Municipal Pedro II e da CER Santa Cruz a suspender as internações. Um documento assinado, na última terça-feira, pelo gabinete do complexo hospitalar — a CER funciona no primeiro andar do hospital — revelam a crise que toma conta da unidade.

Em comunicado direcionado à Secretaria municipal de Saúde, à Central de Regulação de Leitos, ao Corpo de Bombeiros e ao Samu, a diretora-geral do Pedro II e da CER Santa Cruz relata que as duas unidades estão sem condições de receber novos pacientes para internação ou observação nos setores de emergência adulto e pediátrica.

Segundo a direção do complexo hospitalar, o motivo são problemas operacionais decorrentes das dificuldades financeiras. “Nesta data, os leitos de UTI adulto, UTI/UI neonatal, UTI/UI pediátrica e UTI/UI do CTQ (Centro de Tratamento de Queimados) se encontram lotados, com pacientes em observação na CER aguardando leitos de UTI”.

A diretora pede ainda providências para que todos os casos que chegarem em demanda espontânea sejam transferidos e pacientes levados pelo Samu, redirecionados a outras unidades. O complexo hospitalar é administrado, desde dezembro de 2015, pela OS Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).

Na semana passada, o Cremerj já havia alertado para as dificuldades de atendimento no Pedro II e na CER Santa Cruz. “Em visita de reavaliação (...), foi constatado que muitos setores estão sendo prejudicados pela redução da equipe e do número de leitos”.

O Cremerj relatou que seis leitos foram fechados no Centro de Tratamento de Queimados, quatro na pediatria, e outros quatro no CTI do Pedro II. A falta de leitos de terapia intensiva ocasionava a superlotação da sala vermelha da emergência no momento da visita do Cremerj.

“Com capacidade para 11 leitos, o local tinha 21 pacientes internados no dia da fiscalização, estando alguns em cadeiras e macas de transporte”, relatou o conselho. Na CER Santa Cruz, a superlotação também chamou atenção do Cremerj. “Na sala amarela, com capacidade para 21 leitos, havia 58 pacientes internados, muitos acomodados de forma improvisada em macas de transporte, poltronas e espaço muito limitado”, relatou o conselho, em nota.

A Secretaria municipal de Saúde informou que nenhuma unidade de urgência e emergência da rede municipal tem autorização para suspender o atendimento aos pacientes. “As unidades do Complexo Hospitalar de Santa Cruz (CER Santa Cruz e Hospital Municipal Pedro II) estão funcionando normalmente, atendendo a todos os pacientes com quadros de emergência”, respondeu, em nota.

A secretaria afirmou ainda que, devido à crise na rede estadual de saúde, as unidades de urgência e emergência da rede municipal estão com demanda aumentada, sendo procuradas por “pacientes que não conseguiram assistência nos hospitais e UPAs estaduais”. “Especificamente o Complexo Hospitalar de Santa Cruz, por estar numa área limítrofe a outros municípios onde a referência são hospitais estaduais, vêm recebendo muitos pacientes dessas cidades circunvizinhas. O aumento de demanda de pacientes de outras regiões recebidas no complexo é de 10%, muitos com casos graves”.

A nota divulgada pela Secretaria de Saúde afirma também que, as unidades municipais funcionam em rede. “Quando uma unidade, devido a alguma situação específica, tem aumento de carga de demanda, faz parte do protocolo informar à Central Municipal de Regulação para que redirecione as ambulâncias para outras unidades que naquele momento estejam com menor movimento, assim como para transferir pacientes internados para leitos disponíveis em outros hospitais”.

A Secretaria municipal de Saúde afirma que todos os pagamentos para a OS gestora do Pedro II e da CER Santa Cruz estão dentro do prazo. A organização social SPDM não respondeu os contatos do EXTRA