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Na Mídia - Hemorio: médicos relatam falta de itens básicos e fornecimento irregular de quimioterápicos

Extra /

08/12/2016


O Hemorio, a principal referência para o tratamento de doenças hematológicas graves no estado do Rio, sofre com a falta de itens básicos, irregularidade no fornecimento de quimioterápicos e equipamentos quebrados. O relato foi feito pelo corpo clínico ao Cremerj. Os médicos alertam para as condições cada vez mais críticas de atendimento.

Aos 79 anos, Amelita Souza Pereira se trata no Hemorio há mais de 15 e, ontem, após uma consulta de rotina, deixou a unidade sem o analgésico receitado.

— Pelo menos não é um remédio caro. Podemos comprar. Estão priorizando os pacientes internados. Em todos esses anos em que minha sogra se trata aqui, nunca vimos uma crise como esta — disse Maria de Lourdes Martins, de 60 anos, nora de Amelita.

De acordo com o Cremerj, a falta de itens básicos, como luvas estéreis, gazes e seringas, não permite atender os pacientes com a mínima segurança necessária.

— Temos relatos de falta de quimioterápicos, o que leva a suspensão do tratamento. Quando não é remédio que falta, é seringa ou equipo (tubo por onde passa o soro). O Hemorio é referência para pacientes com leucemia, linfomas, casos que precisam de diagnóstico precoce, tratamento imediato e ininterrupto. Nada disso está acontecendo — alerta o vice-presidente do Cremerj, Nelson Nahon. — Estamos diante da maior crise de saúde que o estado já viveu e não se restringe ao Hemorio.

Na carta enviada pelo corpo clínico do Hemorio ao Cremerj, os médicos relatam que, “há meses”, o citômetro, equipamento que faz o diagnóstico de leucemias agudas, está quebrado. A lista de aparelhos com defeito inclui ainda: ultrassom, endoscópio, broncoscópio e respiradores, além de diversos aparelhos de ar-condicionado.

Segundo médicos, a direção da unidade tem se esforçado para conseguir medicamentos e insumos, pedindo empréstimos a outras unidades.

— Mas isso já não é mais possível, porque não há a menor perspectiva de devolução. Abre-se licitação para compra de medicamentos e não aparecem vendedores. O Estado não tem mais credibilidade — diz Nahon.

A direção do Hemorio informou que, apesar da crise financeira, tem movido todos os esforços para manter o atendimento aos pacientes. “No momento, não há falta de quimioterápicos, analgésicos, soro, luvas estéreis, gaze ou seringa, ainda que haja irregularidades pontuais no fornecimento de alguns itens da grade da unidade”. Segundo a direção, o citômetro foi consertado, assim como o ultrassom e os aparelhos de ar-condicionado.