Na Mídia - Conselho de Medicina do Rio aponta irregularidades na UPA de Araruama

Cremerj fiscalizou unidade e relatou déficit em diversas áreas.

Entre problemas estão falta de materiais, profissionais e medicamentos.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) apontou diversas irregularidades na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araruama, na Região dos Lagos. Os problemas foram observados em fiscalizações recentes, segundo a instituição. Entre as irregularidade estão o déficit de profissionais, medicamentos e equipamentos, superlotação, além de condições inadequadas de higiene.

Segundo o que foi avaliado pelo Cremerj, a UPA mantém doentes graves internados, mesmo sem as condições adequadas, devido à dificuldade em transferir pacientes para outras unidades, já que hospitais da região não têm vagas.

As condições precárias de trabalho e o atraso nos salários foram problemas apontados pelos funcionários, segundo o Conselho.

"O quadro na saúde de Araruama é muito grave e coloca em risco a população. É importante que a prefeitura amplie as unidades de atendimento e mantenha a UPA em condições adequadas. Do jeito que está não pode continuar", declarou o presidente do Cremerj, Pablo Vazquez.

Outro problema identificado pelos fiscais foi o déficit de manutenção dos equipamentos. Durante o transporte de paciente grave da UPA para outra unidade de saúde, para a realização de exames ou internação hospitalar, há desfalque da equipe médica e de equipamentos que precisam ser retirados da unidade, tendo em vista que a ambulância disponível é muito básica, segundo a fiscalização do Cremerj.

O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Araruama e recebeu o seguinte posicionamento sobre a avaliação do Cremerj.

"A Unidade de Pronto Atendimento de Araruama tem enfrentado dificuldades diante dos 19 meses de falta de repasses do governo estadual, que já somam cerca de 12 milhões de reais, realidade enfrentada por diversos municípios do estado do Rio de Janeiro, inclusive muitos tem fechado as suas unidades. Em relação a presença de pacientes graves a espera de transferência, é necessário ressaltar que a responsabilidade pela média e alta complexidade é do estado, que possui um Sistema de Regulação de Vagas, sendo a Upa 24h uma das portas de entrada para este sistema, que diante da crise financeira que tem assolado a saúde estadual, tem resultado na considerável diminuição de leitos em hospitais de referência, fazendo com que as unidades permaneçam com pacientes graves por mais tempo, o que inclusive tem fomentando o processo de judicialização da saúde", finalizou em nota.

Em entrevista à reportagem da Inter TV, a secretaria disse ainda que o salário dos profissionais da saúde do mês de setembro vai ser pago nesta quinta e o do mês de outubro possivelmente em dezembro.