Na Mídia - Cremerj classifica situação da saúde em Cabo Frio, RJ, como crítica
Agência da Notícia /
09/11/2016
Conselho de Medicina do Rio emitiu nota após fiscalizações nas unidades. Segundo a instituição, hospitais e UPAs não têm condições de funcionar
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro divulgou uma nota classificando a situação da saúde de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, como crítica. O Cremerj informou que fiscalizou recentemente os cinco hospitais da cidade e as duas UPAs e que foi constatado que elas "continuam sem condições adequadas de funcionamento".
Segundo a instituição, entre os problemas estão déficit de recursos humanos, ausência de equipamentos e de materiais, problemas estruturais, superlotação e salários atrasados.
"A situação é muito preocupante em Cabo Frio. Todas as unidades apresentam problemas graves e semelhantes, o que coloca a saúde da população em risco e também as condições de trabalho dos médicos. Vamos continuar cobrando junto às autoridades uma medida urgente para todos os hospitais", declarou o presidente do Cremerj, Pablo Vazquez.
O Cremerj listou alguns dos problemas encontrados nas unidades durante as fiscalizações:
Hospitais
No Hospital Municipal da Mulher: falta de profissionais; deficiências de equipamentos, materiais e medicamentos. No Hospital Municipal da Criança: déficit de recursos humanos; falta de medicamentos, insumos e aparelhagens; ausência de laboratório e ambulância próprios; leitos ociosos; condições de manutenção, limpeza, iluminação e refrigeração não satisfatórias.
No Hospital Central de Emergência (HCE): necessidade de transferência de pacientes que necessitam de cirurgião para Hospital São José Operário devido à falta do especialista; tomógrafo quebrado; atraso no diagnóstico dos doentes com aumento de casos de morbidade.
No São José Operário a equipe constatou déficit de diversas especialidades médicas, entre eles neurocirurgia, ortopedia, urologia e cirurgia geral; dez leitos inativos por falta de manutenção; instalações que não respeitam as normas sanitárias vigentes e falta de insumos básicos e medicações.
O Hospital Otime Cardoso de Santos, deteriorado durante uma manifestação, foi reaberto em julho mas ainda não funciona plenamente. Lá, o Cremerj informou que não há médicos ortopedistas e cirurgiões gerais na equipe de emergência; falta de maqueiros e ambulância usada apenas para o transporte de casos graves; equipamentos estão sem manutenção e as condições de higiene não adequadas. A unidade tem a capacidade total de 33 leitos, porém apenas 17 se encontram operantes.
UPAs
Nas Unidades de Pronto Atendimento, o Cremerj constatou que, duas UPAs do município, apenas uma está funcionando e em condições inadequadas.
"A UPA Tamoios tem condições estruturais precárias e a inoperância de grande parte dos equipamentos de ar condicionado, causando altas temperaturas na unidade. Também há déficit de medicamentos e equipamentos".
O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Cabo Frio e aguarda um posicionamento sobre a situação da saúde na cidade.