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Na Mídia - CREMERJ classifica situação da saúde em Cabo Frio como crítica

RC 24H /

09/11/2016


Conselho de Medicina emitiu nota após fiscalizações nas unidades. Segundo a instituição, hospitais e UPAs não têm condições de funcionar

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro divulgou uma nota, nesta segunda (7) classificando a situação da saúde de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, como crítica. O Cremerj informou que fiscalizou recentemente os cinco hospitais da cidade e as duas UPAs e que foi constatado que elas "continuam sem condições adequadas de funcionamento".

Segundo a instituição, entre os problemas estão déficit de recursos humanos, ausência de equipamentos e de materiais, problemas estruturais, superlotação e salários atrasados.

Em maio, o CREMERJ entrou com representação contra o município de Cabo Frio no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) para reforçar a urgência em encontrar uma solução para este caso . "A situação é muito preocupante em Cabo Frio. Todas as unidades apresentam problemas graves e semelhantes, o que coloca a saúde da população em risco e também as condições de trabalho dos médicos. Vamos continuar cobrando junto às autoridades uma medida urgente para todos os hospitais", declarou o presidente do CREMERJ, Pablo Vazquez.

LEIA NOTA NA ÍNTEGRA

"Em fiscalizações recentes realizadas pelo Conselho, foi constatado que as cinco unidades hospitalares e as duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Cabo Frio continuam sem condições adequadas de funcionamento. Há déficit de recursos humanos, ausência de equipamentos e de materiais, problemas estruturais, superlotação e salários atrasados.

No Hospital Municipal da Mulher, a falta de profissionais tem comprometido a assistência. Os médicos de plantão precisam se dividir entre o atendimento e os partos. Também foram identificadas deficiências de equipamentos, materiais e medicamentos. O Hospital Municipal da Criança, principal unidade de referência para atendimento pediátrico de urgência e emergência da cidade, também sobre com o déficit de recursos humanos . Além de faltar medicamentos, insumos e aparelhagens, a unidade não dispõe de laboratório e ambulância próprios. Há um número significativo de leitos ociosos. As condições de manutenção, limpeza, iluminação e refrigeração não são satisfatórias.

Apesar de ser referência para casos de trauma, o Hospital Central de Emergência precisa transferir os pacientes que necessitam de cirurgião para Hospital São José Operário devido à falta do especialista. Além disso, na época da fiscalização, o tomógrafo estava quebrado há um mês. Esse problema vem impactando diretamente a assistência aos pacientes, já que há atraso no diagnóstico dos doentes, com aumento de casos de morbidade. Mesmo funcionando como suporte para outras unidades, o São José Operário tem déficit de diversas especialidades médicas, entre eles neurocirurgia, ortopedia, urologia e cirurgia geral. Dez leitos estão inativos por falta de manutenção. Em relação às instalações, muitas contrariam as normas sanitárias vigentes. Também foi verificado que faltam insumos básicos e medicações.

Já o Pronto Atendimento do Hospital de Tamoios só funciona em horário diurno e com apenas um plantonista. Faltam equipamentos fundamentais, como monitores e ventiladores mecânicos. Dos 32 leitos informados, apenas 17 estavam operantes no período da fiscalização. A unidade carece de salas de cirurgia, de recuperação pós-anestésica, pré-parto e de parto normal.

Das duas UPAs do município, apenas uma está funcionando e em condições inadequadas. A UPA Tamoios tem condições estruturais precárias e a inoperância de grande parte dos equipamentos de ar condicionado, causando altas temperaturas na unidade. Também há déficit de medicamentos e equipamentos.

A rede ainda ficou deficitária de uma unidade depois que o Hospital Otime Cardoso de Santos foi deteriorado durante uma manifestação. Após a invasão, o hospital permaneceu fechado para reparos por dois meses, sendo reaberto em julho. No entanto, o funcionamento não é pleno. Não há médicos ortopedistas e cirurgiões gerais na equipe de emergência. A unidade não possui maqueiros e a ambulância é usada apenas para o transporte de casos graves. Os equipamentos estão sem manutenção e as condições de higiene não são adequadas. A unidade tem a capacidade total de 33 leitos, porém apenas 17 se encontram operantes."
 
A Prefeitura de Cabo Frio não se pronunciou sobre o comunicado.