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Fórum do CREMERJ discute possível epidemia de dengue

10/12/2010

Como a possibilidade de surgir uma nova epidemia de dengue no Estado aumenta com a proximidade do verão, o CREMERJ, através da sua Câmara Técnica de Doenças Infecciosas e Parasitárias e Controle de Infecção Hospitalar, promoveu no dia 1º, em sua sede, o fórum Estratégias para Epidemia de Dengue no Rio de Janeiro.

Na abertura do evento, o Presidente do Conselho, Luís Fernando Moraes, lembrou a necessidade de que médicos e autoridades da área de saúde estejam alertas, para não serem surpreendidos, como ocorreu em outros anos, principalmente, em 2008.

\"Devemos estar preparados. Temos a competência e a formação necessária para atuar no caso de surgir uma nova epidemia\", ressaltou.

Para a Conselheira Marília de Abreu Silva, responsável pela Câmara Técnica, a dengue não pode ser banalizada. Ela ressaltou que o fórum foi organizado, justamente, para discutir a importância de cada uma das fases da doença e como os médicos devem agir em qualquer situação, seja na prevenção ou no tratamento.

O Superintendente de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec), Alexandre Otavio Chieppe, situou como age o mosquito da dengue e como a doença se manifesta.

\"Hoje, são conhecidos quatro sorotipos de dengue e todos os Estados do país têm transmissão sustentada da doença. Tanto é que, atualmente, não trabalhamos com a ideia de erradicação total, apenas com métodos de prevenção e melhor tratamento possível dos infectados\", explicou Chieppe, ressaltando que, devido à temperatura, o Rio de Janeiro é um local com as características ideais para a proliferação do mosquito.

Segundo ele destacou, este ano os municípios do interior foram os que mais sofreram com a doença.

\"Em 2010, tivemos picos de transmissão no mês de maio. O número de infectados cresceu muito nas cidades fora do centro urbano e a proporção de números de casos graves foi mais alta do que nos anos anteriores\", observou Chieppe, enfatizando que o óbito por dengue é evitável e que a taxa atual de letalidade está em torno de 2%, quando o ideal é que fique entre 0,5% e 1%.

Flávio Monteiro de Souza, professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ e Coordenador Geral dos Hospitais de Emergência e Hospitais Gerais da Sesdec, apresentou o protocolo da dengue para os médicos presentes ao encontro, ressaltando ser basicamente o mesmo a que todos estavam acostumados a trabalhar, apenas com algumas simplificações no atendimento aos pacientes, servindo sempre ao objetivo maior que é evitar a morte.

\"É importante que o diagnóstico seja feito precocemente, que o médico conheça as classificações da dengue, compreenda as alterações clínicas da doença em suas diferentes fases e que adote a conduta correta em relação a elas\", enumerou explicando quais são as classificações definidas da doença: verde para pacientes sem sinais de alarme; amarelo, com sinais de alarme; e vermelho para a dengue grave, cada uma com suas especificidades e tratamentos distintos.

Souza reiterou que o protocolo atualizado estará disponível no site da Secretaria de Saúde e que também será enviado a todos os médicos. Ele salientou ainda os erros mais comuns durante o tratamento da dengue, tais como: fazer transfusão em pacientes com plaquetas baixas; acreditar que a reposição de sangue é vital ou que pacientes sem sinais de alarme não morrem; confundir hidratação volêmica com hidratação venosa; e, principalmente, deixar de identificar a doença com rapidez.

A dengue como problema de saúde pública foi abordada pelo Conselheiro Pablo Vazquez, Coordenador da Comissão de Saúde Pública do CREMERJ. Ele acentuou que uma epidemia de dengue colocará em evidência a precariedade e a fragilidade do sistema de saúde pública e privada do Estado.

\"Diversos problemas que ocorrem hoje, como o fechamento das emergências do Hospital da UFRJ e do Pedro II, a falta de pessoal qualificado e o baixo número de núcleos do Programa de Saúde da Família, agravarão ainda mais a assistência à população no caso de uma epidemia de grandes proporções\", constatou.