CREMERJ realiza o IX Congresso de Emergência

O CREMERJ realizou neste sábado, dia 29 de maio, o IX Congresso Médico dos Hospitais Públicos de Emergência, no Centro de Convenções SulAmérica. Pioneiro em todo o país, o evento contou com mais de 1.800 participantes, entre médicos e acadêmicos de Medicina. A presença de um grande número de estudantes surpreendeu a direção do CREMERJ. “Fico muito satisfeito em ver que a adesão dos acadêmicos cresce a cada edição. Como não existe a especialidade de emergencista, o congresso preenche esta lacuna e procura estimular o aprendizado e a atualização na área”, afirmou Luís Fernando Moraes, presidente do CREMERJ.
Coordenador do Grupo de Trabalho sobre Emergência (GTE) do CREMERJ, o 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina Aloísio Tibiriçá Miranda lembrou um pouco da história do congresso e do objetivo de defender melhorias nos hospitais da cidade. “O GTE foi organizado há mais de dez anos pelo CREMERJ. Desde então tem realizado um trabalho de grande contribuição para as emergências dos hospitais públicos. Um exemplo é a implantação do projeto piloto voltado para a segurança do paciente, desenvolvido pela OMS, cuja apresentação oficial ocorrerá nesta edição”, anunciou.
A abertura oficial do congresso contou com a presença de autoridades de saúde como o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann; o coordenador-geral de Emergência do Ministério da Saúde, Clésio Melo de Castro; o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, Oscar Berro; e o superintendente de Urgência e Emergência Pré-Hospitalar do Rio de Janeiro, Coronel-médico Fernando Suarez, que representou o secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes.
Convidados pelo GTE do CREMERJ, os chefes da emergência dos hospitais Souza Aguiar (municipal), Getúlio Vargas (estadual) e Andaraí (federal) apresentaram, durante a abertura oficial, a situação atual de suas unidades. Este panorama mostrou que, independente da esfera de governo, todos os hospitais têm sérios problemas de recursos humanos e materiais, além da superlotação e da falta de regulação de leitos.
Considerada um dos motivos da superlotação das emergências, a baixa cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF) foi comentada por Hans Dohmann, secretário de Saúde do município do Rio de Janeiro. “Sabemos que os setores de urgência e emergência pagam o preço do descaso de muitos anos com a atenção básica. Há cerca de um ano, o PSF cobria 3,5% da população do Rio de Janeiro e era considerado o pior índice de todo o país. Hoje, esta cobertura é de 10%”, afirmou Dohmann.
Ausente por conta de um problema pessoal, o secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes teve o discurso lido pelo superintendente de Urgência e Emergência Pré-Hospitalar do Rio de Janeiro, coronel-médico Fernando Suarez. “Acreditamos que bons profissionais, equipamentos de ponta e atendimento especializado não devem ser privilégios de uma minoria e, sim, direitos de todos os cidadãos, conforme estabelece o Sistema Único de Saúde”, disse Suarez.
Já o coordenador-geral de Emergência do Ministério da Saúde, Clésio Melo de Castro, destacou a importância da realização do congresso promovido pelo CREMERJ. “Acredito que este congresso oferece grande ajuda, pois reúne aqueles que travam uma batalha diária para oferecer condições mínimas de atendimento aos pacientes e os acadêmicos, que são os médicos do amanhã”.
O diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, Oscar Berro, também comentou o interesse dos jovens médicos pelo trabalho nas unidades públicas de emergência. “Precisamos fazer com que os médicos que estão se formando ou que ainda estão na faculdade, se sintam atraídos pelo serviço público. Para isso, é preciso dar condições de trabalho, e, principalmente, oferecer uma boa remuneração para que a assistência à população seja melhor”, afirmou.
O IX Congresso Médico dos Hospitais Públicos de Emergência faz parte do programa de educação médica continuada do CREMERJ. Realizado pelo Grupo de Trabalho sobre Emergência do CREMERJ, o evento conta ainda com o apoio do Grupamento de Socorro e Emergência do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (GSE) e do Centro de Educação Profissional em Atendimento Pré-Hospitalar (CEPAP).