CREMERJ debate com Polícia Militar segurança dos médicos
29/08/2022
O presidente do CREMERJ em exercício, Guilherme Nadais, esteve no Quartel General da Polícia Militar (PM), no Centro do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 29, para tratar especificamente da segurança dos médicos durante o exercício profissional. Guilherme Nadais e o conselheiro André Costa, acompanhados da assessoria jurídica do Conselho, reuniram-se com o secretário de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o coronel Luiz Henrique Marinho Pires, para falar do assunto.
No encontro, Nadais apresentou dados do Portal da Defesa Médica do CREMERJ, que mostra que, de dezembro de 2018 a julho de 2022, foram contabilizadas 415 ocorrências de agressões (físicas ou verbais) contra médicos. Destes, mais de 60 casos foram de agressões físicas.
A maioria das agressões registradas pelo CREMERJ ocorreu contra mulheres – em torno de 60% dos casos. Além disso, cerca de 65% de todos os episódios se deu em unidades do setor público. Ainda sobre as médicas, só em 2022, de janeiro a julho, 80% dos episódios de agressão aconteceram contra elas.
“Recentemente, tivemos dois casos críticos: uma pediatra que foi agredida no rosto enquanto trabalhava no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, e uma médica que apanhou durante seu plantão no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Os episódios vêm aumentando e estamos preocupados. Isso nos motivou a pedir esta reunião, pois sabemos que os médicos ficam muito expostos, assim como os demais profissionais de saúde e também os pacientes”, frisou Nadais.
Membro da Comissão de Saúde Pública do CREMERJ, o conselheiro André Costa lembrou que muitas unidades de saúde da rede pública estão situadas em áreas de maior vulnerabilidade social, o que aumenta a incidência de casos de agressões contra os profissionais.
O coronel Luiz Henrique Marinho Pires explicou que a PM não tinha, até o momento, informações sobre o número crescente de médicos agredidos, uma vez que todas as ocorrências relacionadas à agressão acabam seguindo o mesmo protoloco. Ele também confirmou que a PM não tem efetivo suficiente que permita a disponibilização de um policial para cada unidade de saúde, mas se colocou à disposição para buscar uma saída.
“É muito importante este diálogo com o CREMERJ e acreditamos que, juntos, podemos avaliar meios, inclusive usando a tecnologia, para encontrar um caminho”, complementou o secretário de PM.
Guilherme Nadais também questionou se é comum um médico que está atuando sozinho no plantão ser conduzido a uma delegacia policial para prestar esclarecimentos. O coronel informou que este não é o procedimento de rotina, mas que cada caso tem suas peculiaridades e deve ser avaliado separadamente.
“Agradecemos por nos receber e por ouvir as nossas preocupações. Estamos à disposição para trabalhar juntos e voltamos para o Conselho com este dever de casa, que é o de pensar em soluções assertivas para atuarmos conjuntamente com a PM, a fim de proporcionar maior segurança para os nossos médicos durante a sua atividade profissional”, finalizou o presidente do CREMERJ em exercício, Guilherme Nadais.