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CRM promove desagravo público à médica ofendida em consultório

12/11/2021

O CREMERJ promoveu, em sua sede, uma sessão solene de desagravo público, nessa quinta-feira, 11, em favor da médica Kerly Abraão Badaró, por ter sido ofendida em seu consultório, durante o exercício profissional, em 4 de agosto deste ano, por um vereador. De forma híbrida, o evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube do CREMERJ, com a participação de todos os conselheiros e da sua assessoria jurídica. O presidente do Conselho, Walter Palis, abriu a solenidade explicando a importância das fiscalizações nas unidades de saúde e que elas devem acontecer de forma técnica e respeitosa, além de conceder apoio à médica em razão dos fatos.

“Como órgão regulador, somos completamente favoráveis às fiscalizações, realizando-as diariamente, e, por isso, não podemos permitir que elas ocorram desta forma. A realização das vistorias deve seguir ritos e, se irregularidades forem constatadas, medidas são tomadas. O que aconteceu com a doutora Kerly extrapolou limites, inclusive com a invasão do seu consultório particular. Não estamos aqui julgando o mérito, mas a forma. O ato não ocorreu do melhor jeito e sempre que isso acontecer, o CREMERJ irá se posicionar de maneira clara, seguindo os meios legais”, disse.

O conselheiro Sylvio Provenzano, relator do caso, lembrou que Kerly é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, oficial médica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, médica no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Municipal Souza Aguiar e atua em consultório particular.

“Ela estava atendendo em seu consultório privado, quando o mesmo foi invadido pelo vereador que estava acompanhado de outros homens. A condução foi violenta, provocativa e agressiva. O CREMERJ não poderia cruzar os braços diante dos absurdos e a nota de desagravo público e esta sessão solene se fizeram necessárias. Seguimos o Código de Ética Médica e o Conselho defende a senhora e todos os médicos que sejam atingidos neste sentido”, complementou.

Com a palavra, Kerly Abraão Badaró relatou que, além de toda angústia enfrentada com a invasão do seu consultório, recebeu mensagens ofensivas e ameaçadoras nas redes sociais que fez para seu filho, na época um bebê recém-nascido. Ela explicou que, no dia da invasão, estava prestando assistência a uma antiga paciente em seu consultório privado, um local onde poderia parar para amamentar a criança, já que estava em licença amamentação.

“Tive meu consultório invadido no momento em que eu atendia uma paciente. Minha secretária não abriu a porta para ele. Foram feitas várias edições nos vídeos, as imagens são manipuladas. Fui obrigada a entrar em viatura policial, sendo que ele invadiu uma propriedade privada. Eu me senti coagida. Precisei deixar meu bebê com outra pessoa para estar na delegacia. Essa situação prejudicou vários lados: emocional, profissional e social. Por isso, essa nota de desagravo público e esta sessão representam muito para mim. Agradeço o CREMERJ por promover isso. Essa atuação acolhe a mim e a todos os médicos”, disse ela.

No encerramento, o presidente do CREMERJ ressaltou o compromisso do Conselho em coibir atos semelhantes. “Diante do exposto, vemos que a situação foi ainda pior. Temos um jurídico bastante atuante e não vamos permitir que situações como esta passem despercebidas. Tomaremos todas as medidas necessárias, inclusive legalmente, para garantir o direito dos médicos e dos nossos pacientes”, finalizou Walter Palis.

A nota de desagravo público será publicada em breve no Diário Oficial, em jornal de grande circulação e no site do CREMERJ.

A sessão solene de desagravo público está disponível no YouTube do Conselho. Clique aqui e assista!