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Falta de anestesistas adia cirurgias em hospitais

11/02/2010

Carência de médicos dificulta atendimento à população do Rio de Janeiro.

A Comissão de Saúde Pública do CREMERJ denuncia um grave problema que tem provocado o adiamento de cirurgias eletivas em hospitais do município: a falta de médicos anestesiologistas. O Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães, o Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth - Praça XV e o Hospital Municipal Souza Aguiar apresentam os quadros mais críticos. Nos últimos meses, mais de 80% das cirurgias ginecológicas agendadas no Fernando Magalhães foram suspensas. No Souza Aguiar, os anestesiologistas têm atendido apenas os casos de emergência. Enquanto a Praça XV tem a metade do número de anestesiologistas necessários para atender a demanda da unidade.
Além da falta de médicos e da falta de condições de trabalho, os anestesiologistas do Hospital Municipal Souza Aguiar denunciam que não receberam, desde maio, a gratificação criada pela Secretaria Municipal de Saúde para equiparar os salários dos médicos estatutários aos dos contratados temporariamente para atuação nas emergências.
Em vistoria realizada nesta quarta-feira, dia 3 de fevereiro, médicos do Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães, em São Cristóvão, revelaram que há possibilidade de paralisação do serviço cirúrgico ginecológico. Diversas cirurgias eletivas têm sido canceladas diariamente, porque a falta de médicos inviabiliza o atendimento de todas as pacientes. No dia anterior à visita, havia sete parturientes para apenas um médico anestesiologista no hospital.
“O grande problema é a escassez de recursos humanos. Anteriormente, o hospital contava com seis médicos em cada plantão. Hoje, este número foi reduzido a dois médicos intensivistas por turno, o que compromete a qualidade do atendimento e torna cada vez mais estressante o trabalho do médico”, afirma Pablo Queimadelos, diretor secretário-geral e coordenador da Comissão de Saúde Pública do CREMERJ.
A unidade, que fica em São Cristovão, atende pacientes de toda a região - que engloba Mangueira, Centro, Santa Teresa, Santo Cristo e Caju - e de outros municípios, principalmente da Baixada Fluminense.
Dentre as unidades municipais, é a única com serviço de cirurgia ginecológica na região Centro-Sul da cidade, desde o fechamento recente do serviço no Hospital Rocha Maia. Além disso, houve diminuição dos leitos de Ginecologia nos hospitais Moncorvo Filho e do Fundão.
No Fernando Magalhães, foram canceladas cirurgias de setores que são referência para a rede. Um exemplo é a patologia cirúrgica de mama, que é referência para os postos de saúde da área, bem para o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e para o Hospital do Fundão. A unidade ainda é referência do INCA para cirurgia de patologias pré-malignas do colo do útero, tem o único ambulatório de ginecologia infanto-puberal do município, além do pioneiro ambulatório de seguimento da violência sexual da mulher.

 Maternidade também tem carência de médicos
Já a Maternidade Praça XV conta atualmente com 10 anestesiologistas, quando deveria ter 21 – três por cada plantão de 24 horas.
Há mais de um ano, a maternidade sofre com a falta de médicos, o que teria provocado, inclusive, a redução da oferta de leitos. Atualmente, os plantões da unidade contam com apenas dois médicos plantonistas que ficam responsáveis pelo suporte às salas de parto, pela rotina em 70 leitos do alojamento conjunto, cinco leitos da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI) e 15 da Unidade Intermediária (UI) e mais os pacientes isolados que chegam à maternidade. 
Faltam 32 pediatras (neonatologistas), 23 obstetras, além de anestesistas, radiologistas e psiquiatras. Também há carência de outros profissionais de saúde como fisioterapeutas, psicólogos e mais de 20 enfermeiros.