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Encontro da Codel apresenta quadro crítico no estado do Rio

27/04/2021

Durante reunião da Coordenação das Delegacias (Codel) do CREMERJ, no dia 19 de abril, coordenadores e representantes do interior e da região metropolitana debateram, remotamente, a situação das suas regiões. Dentre os assuntos discutidos, o panorama de Duque de Caxias se destacou pelo momento conturbado, com intensa falta de insumos, especialmente no Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, que estava com o CTI lotado, e da UPA Parque Beira Mar, conforme constataram as fiscalizações do Conselho.

O conselheiro e coordenador da delegacia de Duque de Caxias, Benjamin Baptista, disse que já enviou quatro ofícios à prefeitura para saber o total de leitos para Covid-19 e de enfermaria; o percentual de UTI ocupada; o número de responsáveis técnicos (RTs) nas unidades municipais; o panorama da vacinação em médicos e outros profissionais de saúde – com seus respectivos percentuais e faixas estarias – e da população em geral. Nenhum assunto, porém, teve resposta.

O presidente do CREMERJ, Walter Palis, reiterou o posicionamento de Baptista quanto a essa situação e comentou sobre a reunião promovida pelo Conselho, que teve participação do secretário de saúde do município.

“O Departamento de Fiscalização (Defis) e a Codel têm trabalhado juntos. Além das vistorias convencionais, temos feito uma forma diferente de abordar as questões relativas aos hospitais e às UPAs em situações mais críticas pelo estado. Sobre Caxias, nós convocamos diversas autoridades e o secretário de saúde. Ele apresentou um discurso de mudança. Vamos manter essa vigilância junto aos delegados”, destacou.

O diretor do Defis, Guilherme Nadais, também comentou sobre a conduta que vem sendo adotada pelo setor.

"Nos casos mais críticos de hospitais e UPAs, a gente tem convocado o secretário municipal de saúde, remota ou presencialmente na sede do Conselho, juntamente aos diretores da unidade e seus responsáveis técnicos, para que a gente discuta as diversas questões relacionadas às unidades, pois sabemos que algumas estão numa situação péssima", disse Nadais.

Além de Caxias, outros municípios enfrentam sérios problemas como as altas ocupações em CTIs por Covid-19 e a falta de recursos humanos, de medicamentos, de insumos e de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs).

Em Nova Friburgo, a prefeitura vem se mostrando ineficiente na gestão da Saúde. Depois de afirmar que os médicos recebem de forma ilegal e de interromper os pagamentos, os atendimentos foram interrompidos e as unidades estão com déficit de recursoa humanos. Para auxiliar a assistência de pacientes com Covid-19, 30 novos leitos foram criados, porém não houve preocupação em aumentar as equipes. Um único médico, por exemplo, chegou a atender 20 pacientes.

O coordenador da delegacia, Marcelo Orphão, ainda relatou que a ocupação dos CTIs para Covid-19 já alcançou 96% e os pacientes estão sendo encaminhados para UPAs. Os óbitos no município avançam cada vez mais, sendo 451 confirmados no dia da reunião.

“Estou tentando fazer a minha parte na tentativa de ajudar a solucionar essa falta de profissionais. Já sofri até ameaça de demissão do hospital por denunciar a situação ao CREMERJ”, declarou Orphão.

Também participaram da reunião a diretora da Codel, Beatriz Costa, e os coordenadores das delegacias de Macaé e Resende, Antônio Abílio Pereira; de Teresópolis, Carlos Romualdo Barboza; de Três Rios, Ivson Ribas; de Barra do Piraí, Ronaldo Nóbrega; de Campos dos Goytacazes, Rogério Bicalho; de Angra dos Reis, Celso Kreimer; de Barra Mansa, Bernardo Calvano; de Nova Iguaçu, José Estevam; de Volta Redonda, Felipe Canavez; de Vassouras, Paulo Soares; de Petrópolis, Guilherme Toledo; de Niterói, Marcelo Erthal; e de Barra da Tijuca, Luiz Zamagna. O diretor do CREMERJ Yuri Salles também esteve presente.