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Síndrome de Burnout: excesso de trabalho é uma das causas

16/09/2019

Exaustão, ansiedade, insônia, distanciamento emocional e perda do sentimento de realização pessoal. Muitos estudantes de medicina, médicos residentes e demais profissionais da saúde podem ser acometidos por esses sintomas sem saberem que pode se tratar da Síndrome de Burnout.

Com as recentes transformações no mercado de trabalho, médicos de diversas áreas podem estar suscetíveis à síndrome que está diretamente ligada ao esgotamento físico e mental. Recentemente, o transtorno foi incluído na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por se tratar de uma doença resultante de um estresse crônico no trabalho.

Em geral, o médico é um profissional que está sempre estudando e procurando saber se há tratamento mais eficiente para seus pacientes e, por isso, ao longo da carreira, pode ser difícil cuidar de sua própria saúde. Dentro deste cenário, não se pode desconsiderar que o período de formação profissional inclui a residência, etapa em que fatores estressores podem ser ainda maiores. A qualidade de vida e as condições de trabalho dos residentes podem acarretar para o surgimento da síndrome.

É o que diz o conselheiro do CREMERJ Guilherme Toledo, médico psiquiatra e psicanalista, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

– Existe uma exigência social que você precisa ser perfeito. O residente passa por uma mudança no fim da graduação que pode gerar um alto nível de estresse. Ele deixa de ser apenas um acadêmico e passa a ser um médico. Durante a residência, ele pode sofrer com o excesso de demandas e com a exposição às péssimas condições de trabalho, baixa remuneração e contato direto com pessoas doentes. Neste contexto, ele pode até desanimar da profissão e achar que não conseguirá dar conta, vindo a adoecer – explica.

Segundo dados divulgados pela revista “Ser Médico” do Conselho Regional de São Paulo (Cremesp), cerca de 30% dos estudantes de medicina apresentam sintomas compatíveis com depressão e 13,1% manifestavam sintomas de Burnout.

Para o presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), Gabriel Werberich, que atualmente é residente de radiologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), falar sobre o assunto é fundamental para afastar o medo desta doença e de outros transtornos psíquicos.

 – Há necessidade de divulgar esta realidade entre todos os serviços que possuem médicos residentes, e oferecer suporte emocional e psicológico especializado para tornar este período da vida a melhor fase para o profissional. E não somente isso, mas também para evitar situações que coloquem em risco a saúde do médico – ressaltou.

No caminho da prevenção e do tratamento, Guilherme Toledo chamou a atenção para a busca por auxílio.

– Existe um preconceito em relação ao tratamento dos transtornos psíquicos, mas prevenir é sempre a melhor solução. O importante é não se isolar e procurar ajuda. O mundo globalizado e o uso cada vez maior das tecnologias cooperam para o adoecimento psíquico de qualquer pessoa e o médico não está imune a isso – concluiu.