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CREMERJ se reúne com corpo clínico do HFB

07/11/2018

O CREMERJ recebeu nessa segunda-feira, 05, representantes do corpo clínico do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). O encontro teve como objetivo discutir a situação da unidade, que enfrenta déficit de recursos humanos, falta de medicamentos e insumos, problemas na gestão de leitos, deficiência na regulação e judicialização.

Segundo os médicos, o HFB sofre constantemente com a ausência de abastecimentos de medicamentos essenciais. Este problema, inclusive, tem provocado atrasos na realização de cirurgias eletivas. Em relação aos leitos, os médicos relataram que grande parte deles tem sido ocupados por pacientes de longa permanência – diagnosticados, na maioria das vezes, com câncer terminal e encaminhados pela emergência. Estes doentes acabam ocupando a vagas de pacientes acompanhados pelo hospital que esperam por cirurgias eletivas, atrasando-as.

“Essa questão do leito fica ainda mais complexa por conta do Sistema de Regulação, que não funciona de forma adequada. Tem que ter uma racionalidade, pois os pacientes da emergência acabam ocupando a maioria das vagas, impactando diretamente no planejamento das cirurgias programadas para os pacientes do ambulatório. O ideal é que esta regulação seja feita por médicos, o que não acontece atualmente”, acrescentou o chefe da materno-infantil, Moysés Rechtman.

Sobre o déficit de recursos humanos, os profissionais lembraram que o Ministério da Saúde havia anunciado, em junho deste ano, a contratação de 300 médicos por meio de Contratos Temporários da União (TCU). Partes deles seriam para a emergência. No entanto, poucos teriam sido admitidos até o momento. Além disso, a renovação do contrato dos médicos que já compõem o quadro estaria demorando muito para acontecer. O mesmo problema ocorre em relação à vacância dos estatutários. Por causa da falta da realização de concursos públicos, não há previsão de reposição desses médicos.

Um assunto que chamou muito atenção dos conselheiros foi a situação da emergência, que, desde que foi inaugurada, não funciona de forma plena. Superlotada, a unidade continua com as salas amarela e vermelha inoperantes. O serviço também permanece com uma alarmante escassez de médicos e de outros profissionais de saúde. Devido à falta de clínicos nos plantões, médicos de outras especialidades estão sendo obrigados a atender pacientes graves. A emergência também continua sem diretor há meses.

Na pediatria, por exemplo, os plantões estão com o quadro incompleto. Assim como nos ambulatórios, o serviço está sempre com ausência de medicamentos e de insumos. Faltam até materiais para exames simples, como coletores de urina.

O presidente do CREMERJ, Sylvio Provenzano, reforçou a importância dos hospitais federais para a formação médica e para o atendimento de alta complexidade. Ele disse que, nos próximos dias, terá uma reunião com gestores do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj) eque as demandas do HFB serão apresentadas.

“O Rio de Janeiro possui uma excelente rede federal, mas temos visto o sucateamento cada vez maior dessas unidades. Além disso, cada hospital precisa ter sua identidade, mas, a medida que a demanda cresce, isso fica descaracterizado e ele tem que atender a todo tipo de demanda. É preciso que a rede municipal, estadual e federal funcionem adequadamente para que todo o sistema possa atender de maneira correta”, disse o presidente do CREMERJ.

Também participaram da reunião os conselheiros André Medeiros e Luiz Fernando Nunes, o assessor jurídico Lucas Laupman e o presidente da Somerj, Benjamin Baptista de Almeida.