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CREMERJ defende parto seguro, com a presença do médico

03/07/2018

Em mais uma capítulo do desserviço da administração municipal do Rio de Janeiro, os vereadores derrubaram o veto do prefeito Marcelo Crivella à lei que autoriza a abertura das casas de partos. O CREMERJ entende que a iniciativa é um grande retrocesso, visto que esses locais não terão a estrutura mínima para o adequado atendimento tanto para as grávidas como para os bebês.

Os partos precisam ser feitos em ambientes hospitalares, com uma equipe multiprofissional, composta por obstetras, enfermeiros, anestesistas e pediatras, em salas cirúrgicas, com tudo o que for necessário para qualquer intercorrência.

“As casas de parto não são um avanço, mas sim um retrocesso. Mesmo no caso de uma gestante de baixo risco, há diversas complicações que podem ocorrer durante o parto, que colocam em risco as vidas da mãe e do bebê. Quando falamos em parto humanizado, falamos no procedimento que começa com um pré-natal de qualidade, com exames feitos no tempo certo, e atenção para a mãe e o bebê”, frisa o presidente do CREMERJ, Nelson Nahon.

O posicionamento do CREMERJ é acompanhado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), por todos dos Conselhos Regionais de Medicina do país e por entidades como a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pela Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Sgorj), entre outras. Parto humanizado é parto seguro. E parto seguro é aquele em que a gestante tem à sua disposição tudo o que há de mais moderno para sua melhor assistência.

“Lutamos por saúde pública de qualidade, em que as gestantes tenham acesso ao pré-natal apropriado, com tranquilidade e dentro dos prazos”, defende o coordenador da Comissão de Fiscalização do CREMERJ, Gil Simões.

O conselheiro tem acompanhado de perto as vistorias feitas às unidades de saúde em todo o Estado, encontrando situações absurdas, que não concedem os direitos à assistência das gestantes e ainda promovem o reaparecimento de doenças que já estavam sob controle, como a sífilis congênita.

“Fizemos um estudo na Baixada Fluminense, por exemplo, e vimos que os hospitais com maternidade contavam com um número grande de bebês internados por um longo período em razão de complicações da sífilis. E é indiscutível que esse alto índice tem a ver com assistência médica precária, com a má qualidade do pré-natal. Querem investir em casas de parto sem fornecer sequer o acompanhamento inicial para as gestantes. Não há lógica nesse caminho”, salienta.

Há anos o CREMERJ vem alertando sobres os riscos desse tipo de parto, afirmando que não se trata de uma questão corporativa, mas sim de consciência, de garantir a saúde e a vida dos pacientes. Cientificamente, não existe sentido em se realizar um parto sem estrutura hospitalar ou sem acompanhamento por quem está capacitado para realizar o procedimento e para agir diante de qualquer problema.

O Conselho continuará repudiando as casas de parto e seguirá lutando pelo direito constitucional à adequada assistência em saúde à população, incluindo as gestantes e seus bebês.

Clique no link a seguir para ler a entrevista concedida ao jornal O Globo pelo presidente do CREMERJ nessa segunda-feira, 2: https://oglobo.globo.com/rio/lei-que-autoriza-abertura-de-casas-de-parto-nao-saiu-do-papel-22842572