Aviso de Privacidade Esse site usa cookies para melhorar sua experiência de navegação. A ferramenta Google Analytics é utilizada para coletar informações estatísticas sobre visitantes, e pode compartilhar estas informações com terceiros. Ao continuar a utilizar nosso website, você concorda com nossa política de uso e privacidade. Estou de Acordo

Oftalmologistas repudiam novas formas de remuneração

07/06/2018

Cerca de 80 médicos oftalmologistas estiveram na sede do CREMERJ, nessa quarta-feira, 6, para discutir a modalidade de remuneração imposta pela operadora de saúde SulAmérica. A seguradora vem oferecendo um valor fixo (e reduzido) aos especialistas para aplicação de pacote de serviços, incluindo consultas e exames complementares.   

À frente da mesa de debate, estavam Nelson Nahon, presidente do CRM; Frederico Pena, presidente da Cooeso; Sérgio Fernandes, conselheiro responsável pela Câmara Técnica de Oftalmologia do CREMERJ; José Ramon Blanco, responsável pela Comissão de Saúde Suplementar do CREMERJ; Nelson Louzada, presidente Fecooeso. Aloísio Tibiriçá, coordenador da Comissão de Defesa das Prerrogativas do Médico e o conselheiro Gilberto Passos também participaram da discussão.  

Nelson Nahon abriu o encontro informando que o Conselho apoia os oftalmologistas. “O CRM está junto às sociedades de especialidades neste momento difícil, em que se discute formas de remuneração médica que não visam o bem-estar do paciente e, muito menos, a realização de uma medicina de qualidade. É fundamental a união das sociedades para enfrentar o que vem pela frente”, disse o presidente do CREMERJ.

Segundo o presidente da Cooeso, os oftalmologistas estão enfrentando pressão da operadora. “Ao determinar pacotes de serviços, a SulAmerica reduziu de forma significativa o pagamento feito pelo valor global dos procedimentos. De acordo com a operadora, o objetivo é controlar a quantidade de exames solicitados, porém existe auditoria médica e sistemas de controle em que é possível auditar e verificar a fundamentação das solicitações de exames. Quem não aceitou a proposta da empresa perdeu o credenciamento”, explicou Frederico.

Na opinião de Sérgio Fernandes, o problema da nova modalidade vai além da questão econômica. “Esse é o caminho que os responsáveis por essas empresas encontraram como solução para contenção de custos. Porém, não levam em conta o ponto de vista ético. Esse achatamento econômico traz a curto prazo e médio prazo uma piora de atendimento e sucateamento dos recursos para diagnósticos e tratamentos, podendo até retardar a identificação de doenças que podem levar a perda da visão”.

Aloísio Tibiriçá reforçou que a tentativa dos planos de saúde de mudar a legislação acontece há muito tempo e, por isso, a mobilização dos médicos é fundamental.   

“Há muito tempo não víamos um número tão expressivo de médicos reunidos em torno desse tipo de discussão. O CRM garante o respaldo ético, mas o posicionamento dos médicos é que vai dar rumo a negociação. Em 2014, nós conseguimos a aprovação de uma lei no Congresso Nacional que garantiu melhorias nos contratos entre médicos e os planos de saúde. Essa conquista foi fruto de reuniões e debates como a que está ocorrendo hoje”, observou o conselheiro.

No dia 12 de junho acontecerá uma audiência pública, em Brasília, com a participação do Conselho Federal de Medicina (CFM), do CREMERJ e demais entidades oftalmológicas para mais discussões com as operadoras de planos de saúde.

Por fim, os presentes votaram manterem-se em assembleia, agendar uma nova reunião para o início do mês de julho e apontar para ações a fim de reverter a remuneração através de pacotes.