Cosec: seccionais e subsedes participam de reunião com sede
11/07/2017
Durante reunião da Coordenação de Seccionais do CREMERJ (Cosec), nessa sexta-feira, 7, na sede do Conselho, coordenadores e representantes das seccionais e subsedes debateram a situação da saúde em suas regiões. No encontro, foram relatados diversos problemas, como atraso no repasse para unidades, atraso de salários, além da falta de medicamentos, insumos e recursos humanos.
O vice-presidente do CREMERJ, Renato Graça, abriu a reunião compartilhando os informes das últimas ações do Conselho contra o desmonte dos hospitais federais e seus desdobramentos no Conselho Federal de Medicina (CFM) e na Câmara dos Deputados, em Brasília. Renato Graça também falou sobre a intenção do Ministério da Saúde de repassar a administração das unidades federais para Organizações Sociais (OSs).
“O CREMERJ tem focado muitas de suas ações para chamar a atenção para o projeto de desmonte dos hospitais federais, que tem sido conduzido pelo Ministério da Saúde. Além disso, temos atuado para que as unidades municipais e estaduais, que também estão em crise, possam prestar um atendimento adequado aos pacientes. É um momento complicado da saúde pública, mas não podemos esmorecer”, acrescentou.
Em seguida, Renato Graça falou sobre as ações da Secretaria das Comissões e Câmaras Técnicas (Seccat) do CREMERJ para ampliar as ações de educação médica continuada e palestras nas seccionais. Ele também solicitou que os médicos divulguem que o Conselho disponibiliza em seu site o acesso à plataforma Medline, que oferece mais de 2 mil periódicos científicos em texto completo e as bases de dados Dynamed, Cochrane Collection Plus, Ageline e Abstracts in Social Gerontology.
Logo após, os representantes das seccionais e das subsedes deram seus informes. Em Angra dos Reis, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade foi reaberta com foco em pediatria, no entanto, o atendimento não está disponível todos os dias. O Hospital Geral de Japuíba (HGJ), agora transformado em fundação, regularizou os atendimentos, mas continua sem responsável técnico. Uma vistoria deve ser realizada nas duas unidades no próximo mês.
No município de Barra do Piraí, um concurso para médico divulgado pela prefeitura ofereceu um salário de R$ 1.500 para clínicos gerais, cardiologistas, psiquiatras e médicos da família. O representante da seccional de Duque de Caxias informou que há três meses vem tentando agendar reunião com o secretário municipal de Saúde para falar sobre os problemas da rede pública da região. Ele contou que a seccional tem recebido uma série de reclamações sobre as condições de trabalho, salários atrasados e falta de infraestrutura das unidades. Em Itaperuna, a UPA local teve o número de médicos reduzido, apesar de ter tido aumento no número de atendimentos. Além disso, a OS que administra a unidade tem funcionado de forma irregular e não é registrada no Conselho.
Na cidade de Teresópolis, a situação da rede pública de saúde continua precária. O hospital universitário da região está sem receber verbas do Governo Federal há seis meses, o que tem provocado o fechamento de serviços de alta complexidade. A Beneficência Portuguesa fechou a pediatria e deixou de atender as gestantes essa semana. Já o Hospital São José não recebe os repasses do SUS há meses. Em todas essas unidades os médicos estão com salários atrasados e os vínculos empregatícios são precários. Além disso, nelas faltam remédios e os exames demoram a ser realizados.
Em Três Rios, o Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, única unidade de urgência e emergência da região, continua superlotado. O caso mais grave é o da maternidade. No município de Volta Redonda, os dois hospitais públicos da cidade – o São João Batista e o Municipal Doutor Munir Rafful – estão com deficiência de medicamentos e insumos.
Na Ilha do Governador, o Hospital Municipal Evandro Freire diminuiu o número de médicos por conta da redução de repasses da prefeitura do Rio para a OS que administra a unidade.
Além de Renato Graça, conduziram a reunião os conselheiros Abdu Kexfe, Ana Maria Cabral, Olavo Guilherme Marassi Filho, Luís Fernando Moraes e José Ramon Blanco, que também presidente da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro (Somerj).
Participaram também do encontro os representantes das seccionais de Campos dos Goytacazes, Cabo Frio, Nova Iguaçu, São Gonçalo e Valença.