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Plenária temática do CRM debate cuidados paliativos

12/06/2017

Cuidados Paliativos e Paciente terminal em UTI x Suporte Familiar foram os temas abordados durante a plenária temática do CREMERJ, nessa quinta-feira,  8, na sede da entidade. O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, a diretora Ilza Fellows e o conselheiro responsável pela Câmara Técnica de Cuidados Paliativos do CRM, Pablo Vazquez, falaram sobre a importância do tema para todas as especialidades. O secretário geral da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e membro da Câmara Técnica de Cuidados Paliativos do CREMERJ, Daniel Azevedo, e o chefe da Unidade de Tratamento Intensivo do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e secretário geral da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), Moyzes Damasceno, foram os palestrantes.
 
Em sua apresentação sobre Cuidados Paliativos, o geriatra Daniel Azevedo citou a necessidade das escolas médicas direcionarem seus ensinamentos também ao histórico do paciente. “Precisamos oferecer uma assistência paliativa digna e entender que existem outras dimensões a serem contempladas, sobretudo a espiritual, no sentido existencialista do indivíduo. Nós, médicos, temos todo o respaldo do Conselho Federal de Medicina (CFM) para não propor tratamentos fúteis a pessoas com doença terminal. Apesar de só em 2010 o termo Cuidados Paliativos ter constado no Código de Ética Médica, esses procedimentos de cuidado são obrigações médicas”, apontou Daniel.
 
Segundo o especialista, os cuidados paliativos consistem na prevenção e no alívio de qualquer tipo de sofrimento, seja ele físico, psicológico, social ou espiritual experimentado por crianças e adultos com problemas de saúde que limitam a continuidade da vida.
 
Em seguida, Moyzes Damasceno proferiu palestra sobre o paciente terminal na UTI no contexto paliativo e a importância do suporte familiar. De acordo com ele, o cuidado paliativo é um assunto cada vez mais debatido. “Os tratamentos paliativos são um paradigma para nós, intensivistas, e uma das saídas para chegar a uma medicina mais humana é focar no cuidado do paciente. Esse cuidado que deve ser respeitoso às preferências,às necessidades e aos valores do paciente, individualmente, assegurando que as direções clínicas levem em conta os valores do doente e de sua família”, disse.
 
Ainda segundo Moyzes, não tem como falar em paliação, sem contar com família do doente. Porém, para o intensivista, a presença da família do paciente dentro de uma UTI ainda é um problema. “Existe uma barreira cultural grande por conta da imaturidade dos nossos profissionais e da dificuldade que eles têm de fazer interlocução com famílias que, muitas vezes, não está preparada, emocionalmente, para viver um sofrimento. Mas acredito que o suporte familiar não é só para o paciente terminal, tem que acontecer para todos os pacientes em UTI. Faz uma grande diferença”, resumiu ele.
 
A conselheira Ilza Fellows agradeceu as palestras e sugeriu mais encontros para abordar o tema. “O papel do CRM na discussão sobre a formação dos jovens, a parametrização de como o médico deve proceder, além da orientação sobre resoluções e pareceres pertinentes para seguir com os cuidados são questões que merecem mais discussões. Mas já demos o passo inicial com esse encontro”, destacou.
 
Pablo Vazquez, em sua fala, convidou a todos para o I Fórum da Câmara Técnica de Cuidados Paliativos do CRM, que acontecerá no dia 14 de outubro. “Essa área de atuação é muito interessante sob o ponto de vista técnico e ético. Com o aumento da expectativa de vida, os tratamentos paliativos têm sua indicação e o mesmo acontece em relação aos cuidados intensivos. Portanto, um órgão como o CREMERJ deve estar sempre atento a cada passo em benefício do paciente”, concluiu Pablo.