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Hospital do Andaraí decide promover protesto na próxima semana

07/06/2017

Médicos e funcionários do Hospital Federal do Andaraí (HFA) realizaram uma assembleia geral nesta terça-feira, 6, para discutir os rumos do movimento que luta pelo fim da crise na unidade. No encontro, foi confirmado para a próxima terça-feira, 13, às 10h, um ato público para chamar atenção dos problemas do HFA e de todos os hospitais federais do Rio de Janeiro. Participaram da reunião representantes do CREMERJ, do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ) e do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ). Os conselheiros Pablo Vazquez, Márcia Rosa de Araujo e Ana Maria Cabral representaram o CRM.
 
Membros do corpo clínico relataram que a situação se agravou desde o último encontro. Mais médicos foram demitidos, há superlotação, equipamentos estão parados por carência de manutenção e faltam medicamentos e insumos. No sábado, 5, um apagão na emergência fez com que todos os pacientes fossem transferidos para outros setores com ventiladores mecânicos. Na ocasião, os médicos também informaram que irão manter a entrega dos cargos de chefia como forma de protesto, mas continuarão trabalhando normalmente.
 
Diante das situações relatadas, Márcia Rosa orientou que as ocorrências que prejudicam o atendimento aos pacientes sejam registradas.  Ela explicou que essa é uma maneira dos profissionais se prevenirem, caso ocorram processos éticos e jurídicos por omissão de socorro.
 
“Os conselhos devem ser informados formalmente dos obstáculos ao atendimento. É uma forma de segurança para aqueles que estão atuando no hospital e que se esforçam para continuar fazendo seu trabalho, mesmo sem condições”, acrescentou.
 
O coordenador da Comissão de Saúde Pública do CREMERJ, conselheiro Pablo Vazquez, reafirmou que o Conselho apoia o movimento e que comparecerá ao ato da próxima semana, em frente à unidade. Ele ainda falou sobre a importância de mobilizar o maior número de entidades e, em especial, a comunidade atendida pelo hospital.  
 
“Não podemos mais aceitar o que vem sendo feito com o HFA e com as outras unidades federais localizadas no Rio. É um desmonte claro e cruel. Vidas estão sendo perdidas todos os dias por conta do descaso das autoridades. Temos que chamar a atenção de toda a população do Rio e do Brasil para o que vem acontecendo”, disse Vazquez.
 
O Conselho estimula que os médicos divulguem o ato público a médicos de outras unidades, residentes, aposentados e população em geral. 

Crise
 
O Hospital Federal do Andaraí, há anos, tem trabalhado com contratos temporários, já que, desde 2005, nenhum concurso público foi feito para suprir a necessidade do hospital. O Ministério da Saúde, por sua vez, deixou de renovar os contratos temporários, alegando que eles se tratam de uma ilegalidade, mas em nenhum momento apresentou uma medida para resolver a situação.
 
Vários contratos temporários no HFA foram encerrados, o que levou ao fechamento da Cardiologia. Também devido a isso, a emergência, que funciona 24 horas, perdeu 73 profissionais. A ausência de renovação desses contratos pode ainda resultar no fechamento de outros serviços, como a Mastologia. O descaso com a situação de recursos humanos tem impactado diretamente na qualidade do atendimento à população, o que motivou as chefias a entregarem seus cargos.