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Fórum de Emergência: CREMERJ reúne mais de 800 participantes

05/06/2017

O II Fórum de Emergência do CREMERJ, ocorrido no último dia 3 de junho, reuniu cerca de 800 médicos e acadêmicos de medicina a partir do 9º período.  O evento, realizado pela Câmara Técnica de Urgência e Emergência, contou com a parceria da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) e do Grupamento de Socorro de Emergência do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Rio de Janeiro (Cbmerj) e com apoio da Somerj. 

Na abertura, o vice-presidente do CREMERJ, Renato Graça, frisou a importância e a tradição do encontro promovido pelo Conselho. “Esse fórum tem o objetivo de fortalecer a troca de experiências na emergência, para que possamos executar um trabalho cada vez mais qualificado mesmo em condições desfavoráveis para o exercício profissional por que passamos”, pontuou.

Os coordenadores da Câmara Técnica, conselheiros Erika Reis e Aloísio Tibiriçá, salientaram que a organização do encontro manteve a preocupação de convidar colegas com grande experiência, principalmente nas emergências públicas do Rio de Janeiro.

“Com esse fórum, queremos propiciar debates técnicos, que possam auxiliar os colegas que estão na ponta, em busca de um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis e do aperfeiçoamento profissional. Gostaríamos que as condições fossem melhores, mas precisamos tentar fazer o nosso melhor com o que temos hoje”, disse Erika.

Ao longo de 16 anos de evento - entre Congresso dos Hospitais de Emergência e Fórum de Emergência - esse foi o primeiro após a criação da especialidade de emergencista pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), e pela AMB, uma antiga aspiração do CREMERJ.

“Sempre soubemos da importância dessa especialidade. Criamos em 1996, o Grupo de Trabalho sobre Emergência, que reúne chefes das emergências públicas das três esferas de governo para discutir problemas e soluções para a melhor qualificação da assistência. Ao longo do tempo, o Grupo foi fundamental na elaboração e realização dos eventos de emergência, inclusive nesse, através da Câmara Técnica”, destacou Aloísio. 

O fórum foi estruturado em cinco módulos (“Atendimento Inicial ao Politraumatizado”, “Dor Torácica”, “Atuação do Novo Especialista em Urgência e Emergência”, “Abdome Agudo" e "Insuficiência Respiratória Aguda”), além de três oficinas voltadas a aulas práticas, coordenadas por equipes do Grupo de Socorro de Emergência do Corpo de Bombeiros, com a utilização de vários equipamentos utilizados pela corporação nos primeiros socorros a vítimas de emergências.

Outro destaque da programação foram as “Olimpíadas de Atendimento a Pacientes Críticos Baseadas em Simulação Realística”. Foram 9 times, com três a quatro integrantes, divididos em três chaves de três equipes, nas quais cada time foi submetido a um cenário clínico de emergência, tendo sido avaliado por uma banca de especialistas, com um campeão. Cada sessão podia contar com até 50 espectadores.

 

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Participaram da abertura o comandante do Cepap do Corpo de Bombeiros, Cesar Santos, a comandante do GSE, Cláudia Nogueira, a presidente da Abramede-RJ, Patrícia Neto e os conselheiros Aloísio Tibiriçá, Renato Graça, José Ramon Blanco (também presidente da Somerj) e Erika Reis 

Casos clínicos

Na apresentação de casos clínicos, durante os módulos, eram feitas perguntas sobre os procedimentos que deveriam ser escolhidos pelos médicos emergencistas em cada caso com opções de múltipla escolha. Os participantes do fórum podiam responder na hora sobre a conduta adequada por meio interativo e o resultado era, então, discutido pelos palestrantes. 

Módulo I – Dor Torácica na Sala de Emergência 

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Marcelo Lamberti, Sérgio Leandro, Serafim Borges, Valdênia Souza e Vinício Elia

O debate no Módulo I - “Dor Torácica na Sala de Emergência” - foi coordenado pelo chefe da unidade coronariana do Hospital Municipal Miguel Couto, Vinício Elia Soares, e pelo cardiologista, Marcelo Lamberti.

Na opinião de Vinício, o módulo enfatizou alguns procedimentos e atingiu seu objetivo de trocar experiências. 

"Liberar pacientes graves da Emergência sem o diagnóstico de condições ameaçadoras da vida é, infelizmente, algo relativamente comum. É importante chamar atenção e evitar essa situação. O CRM tem uma tradição de 20 anos em eventos de treinamentos e organizações que enfocam a emergência, o que é fundamental para os médicos que precisam sempre estar atualizados", explicou o coordenador.

Como debatedores estiveram presentes, o vice-presidente do CRM Serafim Borges, que é especialista em cardiologia e medicina do esporte; a mestre em cardiologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Valdênia de Souza e o cardiologista e intervencionista do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) Fabrício Caied. 

Módulo II – Atendimento Inicial ao Politraumatizado

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Rodrigo Bessa, Eduardo Kanaan, Ricardo Vassalo, Henrique Phillips e Paulo José Macedo

O módulo “Atendimento Inicial ao Politraumatizado” teve como coordenador o chefe do serviço de Cirurgia Geral do Hospital Municipal Miguel Couto, Ricardo Vassallo, e, na apresentação do tema, o chefe de clínica de Cirurgia Geral, Rodrigo Paiva. 

"O politraumatismo é uma das maiores causas de morte da população jovem. Entre os temas tratados, é importante destacar a sistematização do atendimento ao politraumatizado, que é feita no mundo inteiro e foca na rapidez do socorro ao paciente. Daremos destaque aos recursos técnicos e instrumentos novos que vem surgindo. Tudo para que se evite perder tempo com um doente grave", ressaltou o coordenador.

Durante a apresentação dos casos clínicos, os debatedores foram, além de Ricardo Cortez, os cirurgiões do serviço de Cirurgia Geral do Hospital Municipal Miguel Couto, Henrique Phillips e Paulo José Macedo.

Módulo III – Atuação do Novo Especialista em Urgência e Emergência 

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Patricia Neto, Mário Bueno, Alexandre Pallottino, Eduardo Kanaan, Angélica Sauthier, Silvio Pessanha e Adriane Cruz

O terceiro módulo tratou da atuação do médico emergencista, especialidade reconhecida há dois anos e buscou realizar um panorama histórico das emergências no Brasil, seguido de debate sobre questões da especialidade. O módulo teve coordenação da presidente da Abramede-RJ, Patrícia Neto, e apresentação da emergencista do Hospital do Pronto Socorro de Porto Alegre Angélica Sauthier. 

Como debatedores participaram o cirurgião geral e do trauma Eduardo Kanaan; o ortopedista do Hospital Municipal Miguel Couto Alexandre Pallottino; o ginecologista e cirurgião, o médico do Ministério da Saúde Mário José Bueno; a supervisora da Emergência Pediátrica do Hospital Copa D’Or, Adriane Cruz;  e Silvio Peçanha, Coordenador de Ensino da Estácio de Sá. 

Patrícia ressaltou a atuação do novo especialista na medicina de emergência e destacou questões como os limites entre a atuação do médico emergencista e os de outras especialidades médicas. A presidente da Abramede-RJ falou também sobre o papel da Associação na formação dos novos profissionais e de sua atuação e parceria não só nas residências, mas também na graduação de medicina. Ela frisou, ainda, a situação das emergências na saúde pública:

"Os grandes heróis da medicina de emergência hoje são os coordenadores e médicos dos hospitais públicos. Esperamos ter uma boa representatividade na Abramede-RJ desses profissionais, pois sabemos que a emergência pública tem um impacto imenso. As emergências estão sempre cheias também por conta da falta de regulação do atendimento", explicou.

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Membros da Abramede-RJ e da Câmara Técnica de Urgência e Emergência do CREMERJ

Durante o terceiro módulo, o acadêmico de medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Daniel Schubert fez uma apresentação sobre o crescente movimento na internet, iniciado por médicos norte-americanos e ingleses, chamado Free Open Acess Medical Education, cuja ideia é difundir e trocar experiências sobre artigos e ensinamentos médicos através das redes sociais. "Em razão dos plantões, muitos emergencistas não conseguiam participar de congressos. Daí a criação do método para interação de todos através do Twitter, que é a principal rede para esse tipo de compartilhamento", contou Daniel. 

Módulo IV – Abdome Agudo 

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 Clávio Ribeiro, Marcos Túlio, Lúcia Pezzi, Juliana Cardoso e Cândice Vasconcelos

Coordenadora do módulo “Abdome Agudo”, a diretora da Abramede Cândice Vasconcelos dividiu as apresentações da palestra com o coordenador médico da Unidade de Emergência do Hospital Estadual Getúlio Vargas, Clávio Luiz Ribeiro Filho; com o cirurgião geral e coloproctologista do Hospital Estadual Getúlio Vargas Marcos Túlio de Souza; com a vice-presidente da Abramede, Lúcia Helena Pezzi; e com a cirurgiã geral do Hospital Municipal Salgado Filho, Juliana Cardoso.

De acordo com Cândice, o abdome agudo é responsável por 30% das entradas nas emergências, por isso a importância do debate sobre o tema. "Atualmente, colegas estão solicitando muitos exames desnecessários, o que encarece a saúde pública e traz riscos ao paciente. Devemos valorizar o exame físico e a anamnese para adequar a necessidade do paciente ao que podemos lhe oferecer", disse, elogiando a diversidade do público presente nos fóruns do CRM.

Módulo V: Insuficiência Respiratória Aguda

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Diamantino Salgado, Maria Luisa Toscano, Juan Verdeal e Luiz Felipe de Souza

Coordenado e apresentado pelo membro da Câmara Técnica de Terapia Intensiva do CREMERJ e do Instituto Nacional de Cardiologia Juan Carlos Verdeal, o quinto módulo apresentou casos clínicos de insuficiência respiratória aguda e promoveu debates sobre o papel do emergencista nessas situações.

Participaram como debatedores a médica intensivista do Hospital Federal da Lagoa Maria Luisa Toscano; o médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho Diamantino Salgado; e o chefe do CTI do Hospital Municipal Miguel Couto, Luiz Felipe de Souza.

Juan Carlos Verdeal destacou a relevância do fórum na educação médica continuada e ressaltou o tema do quinto módulo: "A deficiência respiratória aguda é uma causa de morte muito importante no contexto das emergências, quer seja por eventos relacionados a trauma ou via infecções. No módulo, discutimos como conduzir esses casos de modo a sustentar as funções vitais do paciente e encaminhá-lo com segurança para o centro cirúrgico ou para uma terapia intensiva, dando continuidade ao tratamento". 

Aulas Práticas

Médicos e acadêmicos tiveram a oportunidade de participar de aulas práticas, realizadas durante todo o dia do evento, em oficinas de treinamento coordenadas pelo Grupo de Socorro de Emergência (GSE) do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro. 

As aulas foram divididas entre "Abordagem as Vias Aéreas na Emergência", "Suporte Básico de Vida em Cardiologia" e "Imobilização do Paciente Politraumatizado". O Corpo de Bombeiros disponibilizou manequins, pranchas, desfibriladores semi-automáticos e equipamentos de última geração para a prática. 

"Trabalhamos com treinamento voltado aos pacientes com trauma e insuficiência respiratória. As pessoas, geralmente, têm medo do politraumatizado, por isso orientamos no uso da máscara, entubação, colocação de colar cervical e massagem cardíaca. Apenas com a parte teórica não dá para aprender o modo correto desses procedimentos", explicou a coordenadora e subcomandante operacional do GSE, Simone Maeso. 

Oficina de Abordagem as Vias Aéreas na Emergência 

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Nesta oficina, os médicos tiveram a oportunidade de aprender a usar mecanismos básicos para manter as vias aéreas pérvias e a manutenção da ventilação do paciente politraumatizado. Todos os procedimentos foram direcionados ao atendimento pré-hospitalar. Para o treinamento, o GSE disponibilizou manequins, destinados as vias aéreas com mecanismos básicos e avançados, nos quais os alunos podiam se revezar. 

Oficina de Suporte Básico de Vida em Cardiologia 

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Foram apresentados procedimentos e técnicas adequadas de compressão e ventilação artificial, além de ensinamentos e demonstração do uso de desfibrilador semi-automático, que reconhece a densidade adequada do choque. Os manequins usados permitiram compressão e ventilação idênticas a de uma pessoa. 

Oficina de Imobilização do Paciente Politraumatizado

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Essa oficina priorizou o ensinamento prático de como imobilizar uma pessoa que sofreu uma fratura ou lesão grave. A proposta foi passar aos alunos quais são os dispositivos e materiais utilizados, além da técnica correta de transposição da vítima com proteção de coluna, durante a extricação em qualquer cenário de trauma contuso.  

Olimpíadas de atendimento a pacientes críticos baseadas em simulação realística

Organizada pela Abramede-RJ, com a parceria da Universidade Estácio de Sá, as olimpíadas de atendimento a pacientes críticos utilizaram equipamentos e um boneco para fazer uma simulação realística de casos verídicos. Os médicos e acadêmicos participantes se dividiram em nove times de três ou quatro pessoas, que simulavam o atendimento a um paciente em um cenário clínico da emergência. 

A plateia era formada por até 50 pessoas, que acompanhavam os procedimentos. Uma banca, com três especialistas, pontuava as ações dos médicos. A equipe tinha de fechar um diagnóstico e tratar o paciente como em uma situação de emergência real. 

Os participantes podiam pedir exames e simular a aplicação de tratamentos e medicamentos para ver a reação simulada do paciente em um prazo de 12 minutos. Ao final das quatro sessões do dia, os participantes receberam a avaliação da banca sobre os procedimentos e os diagnósticos realizados. 

Aos membros da equipe vencedora, o “Manchester Ascite”, formado por Miguel Barrellas, Mateus Bond, Tais Santana e Erik Friedrich, foram entregues medalhas e livros como premiação. 

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Equipe vencedora da Olimpíada de atendimento