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Hospital do Andaraí tem déficit de insumos e recursos humanos

24/03/2017

A Coordenação das Comissões de Ética Médica (Cocem) do CREMERJ promoveu nessa terça-feira, 21, o primeiro Café com a Cocem. O encontro, que acontecerá quinzenalmente até o fim de 2017 em unidades de saúde que possuem comissões de ética, tem o intuito de debater situações éticas, condições de trabalho e o papel das comissões dentro dos hospitais.

O primeiro encontro aconteceu no Hospital Federal do Andaraí. O vice-presidente do CREMERJ e coordenador da Cocem, Serafim Borges, reuniu-se com membros da comissão de ética unidade. A diretora Erika Reis e os conselheiros Pablo Vazquez, Armindo Fernando e José Ramon Blanco, que também preside a Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro (Somerj), participaram da reunião.

O presidente do corpo clínico do Andaraí, Bruno Morrison, listou os principais problemas do hospital: a falta de insumos, interrupção do serviço de lavanderia, o atraso no salário de funcionários terceirizados, o déficit de recursos humanos e o fechamento de serviços.

“O primeiro obstáculo diário é a falta de insumos. Hoje não podemos realizar uma cirurgia, porque não temos roupa limpa. O serviço de lavanderia não funciona desde a semana passada e não sabemos o motivo. O setor de engenharia clínica está sem receber salário há quatro meses, levando ao fechamento de algumas salas no centro cirúrgico e, por consequência, as cirurgias estão canceladas. Fechamento de serviços, transferência de alguns médicos e a não renovação dos contratos sucede-se a cada dia. No setor de cirurgia vascular, a emergência e o ambulatório estão fechados. Isso é o que estamos assistindo na unidade do Andaraí”, desabafou Bruno.

A chefe do setor de ortopedia da unidade, Lilian Helena Dias, demonstrou preocupação com informações do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) do Ministério da Saúde.
“O Hospital do Andaraí ficaria como referência de traumatologia, só que foi indicado o fechamento do serviço de cirurgia vascular. Então há o questionamento: como ser uma referência de trauma sem cirurgia vascular? Quanto à renovação dos contratos de trabalho, o DGH afirma que foram feitos com prazo de dois anos e não tem como, judicialmente, renová-los. Não sei como ficaremos, já que 70% dos profissionais da emergência trabalham por contrato. Acredito que nos apresentarão outra forma de contratação, mas nada foi comunicado até o momento e estamos vendo as pessoas deixando o hospital”, disse Lilian.

Ela ainda argumentou que, de acordo com o DGH, as unidades federais não devem possuir serviço de emergência de porta aberta. “O corpo clínico do Andaraí concorda com o referenciamento da emergência, pois não há condições de suprir a demanda da região. A ideia do DGH não é ruim para nós, desde que seja feita com coerência, ouvindo os colegas e quem trabalha na área. Estamos a favor de que o atendimento funcione, o que não vem ocorrendo”, acrescentou.