Barra Mansa: ato público denuncia precariedade na saúde
26/09/2016
Com o intuito de denunciar a precária situação da saúde de Barra Mansa, representantes do CREMERJ, médicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e das Clínicas da Família do município fizeram um ato público, nesta quinta-feira, 22, no Centro da cidade. Entre as reclamações, estão os constantes atrasos nos salários, e a falta de insumos, medicamentos e equipamentos básicos para exames.
O coordenador da seccional do CREMERJ em Barra Mansa, Bernardo Galvano explica que a decisão de realizar a mobilização aconteceu durante assembleia realizada na semana anterior.
"A adesão ao movimento tem sido muito grande e, na próxima semana, serão avaliados os próximos passos. Estamos em contato permanente com a Secretaria de Saúde que acena com a possibilidade de diálogo", observou o coordenador, que ainda citou o recente fechamento do ambulatório do SUS da Santa Casa como agravamento na crise da saúde.
Durante a manifestação, os médicos disseram que o atraso nos salários daqueles que atuam nas Clínicas da Família da região vem acontecendo desde 2014, mas piorou muito nos últimos meses. Além disso, os direitos trabalhistas, como Fundo de Garantia, INSS e férias não estão sendo cumpridos.
Eles observaram ainda que as condições de trabalho são muito ruins, pois faltam materiais básicos para fazer preventivos, curativos e até mesmo para limpeza.
"Nossa intenção é mostrar à população que esse caos não é culpa dos profissionais. Não adianta eu atender um paciente, se não tenho como medicá-lo", observou uma médica.
Pediatras na UPA do Centro passam pelos mesmos problemas das Clínicas da Família e também reclamam da burocracia para a transferência dos pacientes.
"Na UPA, os pacientes – tanto crianças quanto adultos - só podem ser transferidos para o hospital até as 18h. Ou seja, à noite, nunca conseguimos transferir um doente por mais grave que seja o seu estado de saúde. Centenas de crianças já ficaram internadas na UPA por mais de três dias consecutivos", denunciou uma das pediatras.
Os médicos explicaram que, desde outubro, vem sendo feita uma paralisação parcial nos postos, com uma triagem na entrada para classificar o paciente entre urgência e emergência.
Eles observaram que ninguém que passou por essa triagem deixou de ser atendido, independentemente da falta de medicamentos.