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CREMERJ e Saerj discutem honorários médicos

12/07/2016

A direção do CREMERJ se reuniu nessa segunda-feira, 4, com representantes da Sociedade de Anestesiologia do Estado do Rio de Janeiro (Saerj) e da SulAmérica. O encontro teve como objetivo discutir a denúncia de que a seguradora suspendeu o pagamento de reembolso dos honorários dos anestesistas em procedimentos endoscópicos e limitar a idade para a aplicação de anestesia. 

No encontro estiveram presentes os diretores José Ramon Blanco, também presidente da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro (Somerj) e Marília de Abreu, além dos responsáveis pelas Câmaras Técnicas de Anestesiologia e Ortopedia Marcos Botelho e Ricardo Bastos. 

Para o presidente da Saerj, Márcio Pinho, a questão de limitar a idade dos pacientes que devem ou não ser anestesiados foi ainda mais grave do que a suspensão do pagamento de reembolso. “Soube que a SulAmérica propôs que os anestesistas estivessem presentes para dar suporte, apenas, a pacientes abaixo de 18 anos e acima de 65. Quero deixar claro que qualquer pessoa merece, pode e deve ser anestesiada, de forma adequada. Quando oferecemos um médico anestesista, não estamos gerando um custo à operadora e, sim, garantindo a segurança do paciente”, disse Márcio, ressaltando que essa é uma interferência inadmissível no ato médico.

O presidente do CREMERJ, Pablo Vazquez, confirmou apoio à Sociedade de Anestesiologia. “Nós, no Conselho, temos uma comissão que trabalha, exclusivamente, com saúde suplementar e já vivemos situações bastante difíceis. Portanto, não estamos dispostos a ter nenhum direito a menos. Acho que essa reunião será proveitosa, no sentido de procurarmos dar tratamento a essas questões”, falou Pablo.

Conselheiro responsável pela Câmara Técnica de Anestesiologia do CRM, Marcos Botelho garantiu que a presença do anestesista é um termo de ajuste prévio com o paciente, que está no Código de Ética Médica. “O fundamental hoje é debater o aspecto da anestesia nas colonoscopias. Disso não podemos abrir mão, em hipótese nenhuma. Eu faço anestesia desde 1971 e já vi barbaridades. Às vezes, no próprio exame se diagnostica uma obstrução de tal nível que o paciente tem que ser operado imediatamente. Isso é frequente e já vi muitos casos que viraram processos éticos. Por isso, acredito ser importante ter um médico anestesista presente, por um valor negociável e razoável”, afirmou Botelho. 

O superintendente de relacionamento com Clientes e Prestadores da SulAmérica, Antonio Dias, falou que vem recebendo inúmeras reclamações acerca do alto pagamento dos honorários anestésicos, por isso, decidiu se reunir com médicos de São Paulo, referenciados pela operadora, mas ainda não chegaram a uma conclusão. “Não é nossa intenção, de forma alguma, interferir na conduta médica. O que está sendo conversado hoje é bastante importante e tenham a certeza de que vou levar isso para a empresa. Quero debater com vocês, da área de saúde, para que depois possamos trazer aqui, em outra ocasião, o nosso entendimento”, sugeriu Antonio.

Márcio declarou ter ficado surpreso com a suspensão do reembolso dos anestesistas, pois considera que a tabela de custos da especialidade é bastante justa. “Acho que o superintendente abriu um bom caminho para o diálogo. Temos que discutir agora valores dos honorários médicos legais, dentro do que está previsto. E, de forma alguma, vamos limitar nosso atendimento por idade”, finalizou o presidente da Saerj.