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CBC divulga nota sobre atendimento médico na Olimpíada

20/06/2016


Atendimento médico durante a Olimpíada no Rio

O Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC)  apoia a recente preocupação do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) em relação ao atendimento médico durante o período olímpico na cidade do Rio de Janeiro. Esse desafio requer a colaboração das autoridades federais, estaduais e municipais. Entre os principais problemas identificados estão a falta de leitos – principalmente de Terapia Intensiva – e profissionais especializados.

Não questionamos os esforços e a qualificação técnica das autoridades envolvidas, mas o dever coletivo não exclui a responsabilização individual. O recente alerta de 150 cientistas sobre o perigo da Zika cria mais um ingrediente para colocar em teste a medicina brasileira.

A experiência bem-sucedida no atendimento médico nos Jogos Pan-Americanos, Jogos Militares, Copa do Mundo, visita do Papa Francisco, nos últimos Réveillons e Carnavais não são garantia de sucesso para o desafio olímpico. Serão mais de 150 delegações, 30 mil atletas e 50 mil profissionais de mídia estrangeiros nos visitando durante aproximadamente sete semanas; mais de 800 mil turistas, a maioria vinda da Europa, segundo estimativas.

Preocupa saber, faltando pouco mais de dois meses para o início dos Jogos, que uma empresa acaba de ser escolhida para contratar aproximadamente 1.300 profissionais, entre médicos, enfermeiros e motoristas de ambulância. Das 146 ambulâncias compradas pelo governo federal, não está claro quantas já foram entregues, como e quantas já estão equipadas para o transporte de pacientes em estado grave.

As entidades médicas buscam ajudar, num debate construtivo, ao defender maior agilidade na execução dos planos prometidos há mais de quatro anos, um efetivo compartilhamento dos planos de contingência hospitalar com as equipes próprias e um número adequado de profissionais treinados em cursos especializados de trauma (ATLS, BTLS, PHTLS e similares).

Há necessidade de um maior número de treinamentos para as equipes dos hospitais diante das graves inconsistências no sistema de saúde e da imprevisibilidade do crescente terrorismo internacional.

Ao sistema de saúde caberá a responsabilidade de mitigar os danos decorrentes de ferimentos, fraturas, queimaduras, intoxicações e outras lesões já conhecidas da prática médica. Enorme desafio ocorre da possibilidade de múltiplas vítimas, como ocorreu recentemente em Paris e Bruxelas. Nesses atentados, a mortalidade hospitalar inicial de quatro pacientes em 302 feridos graves atendidos demonstra como fez diferença um sistema de saúde estruturado e com treinamento constante.

Mesmo não ocorrendo atentados, é bom lembrar que, nos Jogos de Londres, o serviço público de saúde inglês (NHS) teve um aumento médio de 1.000 atendimentos diários relativos às mais diversas condições médicas.

O sistema de saúde precisa preparar-se sem alarmismos, mas de forma realística. Uma das vocações das entidades médicas é ensinar. Por isso, o CBC está à disposição, de forma voluntária, se assim quiserem as autoridades responsáveis.

Não há tempo a desperdiçar. Há tempo para fazer o correto. O momento atual é de união.

Fonte: CBC