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CREMERJ questiona SES sobre situação do Hemorio e do Iecac

19/05/2016

A crise enfrentada pelo Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac) e pelo Hemorio foi tema de reunião nesta terça-feira, 17, entre a diretoria do CREMERJ, o subsecretário de Unidades Próprias da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), Sergio Gama, e o diretor da Fundação Saúde, João Paulo dos Reis Velloso Filho. O presidente do Conselho, Pablo Vazquez, abriu o encontro falando sobre a recente fiscalização realizada no Iecac, onde diversos problemas graves foram encontrados, entre eles o déficit de recursos humanos e de materiais essenciais para a realização de cirurgias e exames. Vazquez também demonstrou preocupação com a situação do Hemorio e preparação da unidade para os Jogos Olímpicos, que acontecerão em agosto. 

“Vemos com apreensão a situação dessas duas unidades tão importantes para o nosso Estado. Gostaríamos de saber quais medidas a SES e a Fundação estão realizando para resolver as questões, a curto e médio prazo, visto que estamos perto de um grande evento e a cidade terá uma enorme concentração de pessoas”, disse Vazquez. 

Sobre o Iecac, o subsecretário explicou que a unidade passará por uma reformulação para que possa voltar a funcionar de forma plena. O objetivo é tornar o Iecac um centro de referência para pessoas que sofreram infarto. De acordo com os gestores, a falta de recursos humanos é o problema que precisa ser resolvido com mais urgência.

“Hoje, nossa prioridade é reabrir os leitos, mas precisamos adequar o quantitativo de funcionários, que inclui médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Estamos estudando a melhor forma de resolver esse déficit”, explicou ele, acrescentando que novas licitações para manutenção de equipamentos já estão em andamento. 

Em seguida, os diretores do CREMERJ questionaram quais ações estão sendo realizadas no Hemorio para a normalização do atendimento e para a regularização do estoque de sangue, que, segundo informações, estariam muito abaixo do estabelecido pelo Comitê Olímpico. Pablo Vazquez indagou sobre a existência de um plano emergencial, em parceria com o governo federal e outros Estados, caso as reservas de sangue não sejam atingidas. Já o vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, ressaltou o baixo número de campanhas de doação ao longo do ano.

De acordo com Sergio Gama, esta semana, de 16 a 20 de maio, o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, está atuando no Hemorio, com o objetivo de fazer um diagnóstico dos principais problemas da unidade. Sobre a realização de campanhas, Gama explicou que a ideia é investir em polos de coleta fixos e itinerantes. Para possibilitar essa ação, três ônibus estão passando por reforma e devem entrar em funcionamento em breve.

O diretor da Fundação Saúde, que administra o Hemorio, falou sobre o planejamento para a Olimpíada. Ele explicou que o projeto previa a construção de quatro unidades especiais de coleta – duas no município do Rio, uma em Duque de Caxias e uma em Barra Mansa –, mas isso ainda não feito. Para solucionar a questão, o instituto está tentando aumentar a coleta externa, porém depende de equipamentos e recursos humanos. João Paulo também informou que as ações serão intensificadas próximo aos Jogos, por conta da durabilidade do sangue.

“O foco da nossa reunião foi o Iecac e o Hemorio, mas é preciso ressaltar a crise financeira que o Estado do Rio está passando. Dos 12% do orçamento que devem ser direcionados para a Saúde, apenas 3,5% foram repassados. O governo não pode deixar de destinar esses recursos, pois a Saúde deve ser prioridade”, acrescentou o vice-presidente do CRM. 

Durante o encontro, Nahon também falou sobre a transferência dos médicos estatutários do Hospital Estadual Getúlio Vargas para o Hospital Estadual Carlos Chagas. Ele sugeriu que a mudança seja suspensa, visto que a maioria dos médicos possui mais de 20 anos de atuação na unidade e com trabalhos em andamento. 

Os diretores Gil Simões, Marília de Abreu, Carlos Enaldo de Araujo, Serafim Borges e Renato Graça também participaram da reunião.