Residentes do Rio de Janeiro decidem manter a greve
28/12/2015
Em assembleia promovida pela Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), realizada nessa terça-feira, 22, na sede do CREMERJ, os residentes do Rio de Janeiro votaram pela manutenção da greve, que foi iniciada no dia 11. A decisão é contrária à deliberação do movimento nacional, que suspendeu a paralisação temporariamente depois de um acordo com o Ministério da Educação (MEC). No Rio, os médicos optaram por dar continuidade ao movimento, somando a ele as reivindicações regionais, e realizar uma manifestação no domingo, 27, em frente ao recém inaugurado Museu do Amanhã, no Centro da capital fluminense, às 10h.
A decisão pela suspensão da greve pelo Movimento Nacional de Valorização da Residência Médica, coordenado pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), foi divulgada nessa terça-feira, 22, e fez parte das negociações com o secretário de Educação Superior do MEC, Jesualdo Pereira Farias, e a secretária de Educação Superior substituta, Dulce Maria Tristão. Durante a conciliação, o ministério aprovou parte das reivindicações, entre elas o reajuste da bolsa de residência em 11,9%, a partir de março de 2016. Embora o movimento tenha avançado nas negociações, os médicos residentes do Estado do Rio de Janeiro votaram pela manutenção da paralisação porque não houve acenos de melhora em relação à pauta local sobre as condições de saúde no Estado.
“Diante das reivindicações do movimento nacional, tivemos avanços nas negociações, mesmo que de forma parcial. Todavia, as requisições de âmbito local não demonstraram progresso. O cenário atual da Saúde do Estado do Rio de Janeiro é de caos. Reiteramos que a paralisação dos residentes do Rio faz parte do movimento nacional, respeitando-se sua particularidade local, e que a opção por sua manutenção respeita, inclusive, orientação da própria ANMR”, explicou o presidente da Amererj, João Felipe Zanconato.
Entre os pontos objetivos para o retorno das atividades no Rio estão a reabertura imediata com projeto de funcionamento pleno das unidades de saúde com alteração em seus exercícios e a definição por parte do Estado de um plano de pagamento das bolsas de residência médica.
“Gostaríamos de reforçar, mais uma vez, que a residência médica é o padrão ouro de formação de médicos especialistas. A preocupação da entidade é fortalecer a residência, não somente como elemento de formação médica, mas, principalmente, como forma de garantir acesso e qualidade à saúde para toda a população de maneira efetiva e pensando na construção conjunta e permanente do SUS que todos almejamos”, explicou Zanconato.
A Amererj informou que, conforme orientação do CFM, será mantida escala mínima de 30% do quadro habitual de médicos residentes nas unidades de urgência, emergência e UTIs, além dos plantões nas enfermarias, para o caso de intercorrências. As demais atividades estarão suspensas.