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CRM divulga nota de esclarecimento aos médicos e à população

23/12/2015

O CREMERJ se solidariza com médicos, profissionais de saúde e a população neste momento caótico de crise na saúde pública em todo o Estado. 

Em razão disso, o CREMERJ divulga, nesta quarta-feira, 23, nota de esclarecimento aos médicos e à população. Confira abaixo na íntegra:
 
Nota de esclarecimento aos médicos e à população
 
É de conhecimento do Conselho que muitos médicos e outros profissionais de saúde estão com salários atrasados e sem receber parte do 13º, mesmo assim permanecem em seus postos de trabalho. Além disso, eles estão atuando em condições precárias, sem insumos básicos e medicamentos, o que impossibilita o atendimento. A falta de pagamentos a serviços terceirizados como limpeza, esterilização, nutrição e manutenção também é uma realidade nos hospitais estaduais. As unidades com atendimento restrito chegaram até esse ponto não por falta de médicos, mas sim pela falta de materiais e medicamentos, como seringa, soro, gaze, antibióticos e analgésicos. Os profissionais de saúde estão impedidos de realizar seu trabalho e a população está desassistida. 
 
No Hospital Estadual Heloneida Studart (Hospital da Mulher), por exemplo, há estoque de materiais esterilizados para no máximo três dias de atendimento em período de funcionamento normal da unidade. Este, inclusive, foi um dos principais motivos para que a assistência na emergência fosse restringida. A ausência de esterilização se dá porque a empresa contratada para o serviço suspendeu as suas atividades por estar sem receber há dois meses.
 
O CREMERJ sabe que os colegas estão se esforçando para que o atendimento à população seja garantido com qualidade, mesmo diante de tamanha crise, assim como têm sido feito. O Conselho informa que até o momento não foi recebida nenhuma denúncia de médicos que tenham deixado seus postos de trabalho. 
 
A preocupação do CREMERJ se intensifica pelo período que é – às vésperas das festas de fim de ano. Com a cidade cheia de turistas, a tendência de um cenário ainda mais crítico aumenta.
 
O CREMERJ esclarece aos médicos, aos profissionais de saúde e à população que não tem medido esforços em busca de respostas e de soluções. Com o apoio do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) e do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ), o Conselho esteve em Brasília para levar o assunto ao ministro da Saúde, Marcelo Castro. No encontro, ficou decidido o adiantamento para o Estado do repasse federal de dezembro e o principal: um plano emergencial de assistência à população. No entanto, até momento, nenhuma das três esferas de governo divulgou se o repasse foi feito nem se teve notícias do plano de contingenciamento, que oriente a sociedade e também os médicos e profissionais de saúde acerca do que precisa ser feito.
 
Nesta quarta-feira (23), representantes do CREMERJ, do Sinmed-RJ, do Coren-RJ, dos Ministérios Público Federal e Estadual e das Defensorias Pública da União e Estadual estarão na Secretaria de Estado de Saúde para uma reunião com o secretário. A expectativa é de que hoje seja apresentado algum planejamento.
 
“Essa é uma das piores crises da saúde pública do Rio de Janeiro e discordamos da forma como ela vem sendo conduzida por parte das autoridades. Não existem orientações por parte do governo para médicos, profissionais de saúde nem para população. Vamos continuar pressionando às autoridades por soluções e é o que vamos cobrar hoje. Pedimos também o apoio da população em compreender o lado dos profissionais de saúde, que estão na ponta, pois eles não são os responsáveis por essa crítica situação”, afirma o presidente do CREMERJ, Pablo Vazquez.