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Crise nas unidades do Estado é tema de reunião entre entidades

22/12/2015

O presidente do CREMERJ, Pablo Vazquez, se reuniu nessa segunda-feira, 21, com a presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ), Maria Antonieta Tyrrell, para debater a crise que se instalou nos hospitais estaduais e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Também estiveram presentes os diretores Ana Maria Cabral, Gil Simões e Nelson Nahon.
 
Na ocasião, foi discutida a situação de alguns hospitais estaduais, entre eles o Albert Schweitzer, o Rocha Faria e o Adão Pereira Nunes, que estão enfrentando situação de extrema gravidade, sem verbas para pagar equipes de limpeza, transporte e alimentação dos funcionários terceirizados, sem medicamentos, equipamentos e exames, e sendo obrigados a fechar leitos por não terem condições de prestar um atendimento digno e ético à população. 

O CREMERJ vem recebendo uma série de denúncias, por parte de diretores e médicos, sobre a situação caótica nas unidades gerenciadas pelo Estado.  Foram relatados, inclusive, casos de violência às equipes. Até o momento, profissionais de 15 UPAs notificaram o Conselho sobre o atendimento precário, e até mesmo o fechamento total de algumas dessas unidades. 

Um exemplo é o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti. Segundo informações de médicos da instituição, houve a suspensão de atendimentos na unidade e ainda existe o receio, por parte do corpo clínico, de interromper o atendimento às 45 crianças internadas na UTI neonatal por falta de condições adequadas.

A situação também se agravou nos institutos estaduais. Em reunião com o CREMERJ nesta segunda-feira, a direção da Fundação Estadual de Saúde, que coordena, entre outras unidades, o Iede, o Iecac e o Hemorio, informou que está sem o repasse de verbas pelo governo do Estado há dois meses.

Na última quinta-feira, 16, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, convocou para uma reunião, que contou com a participação do CREMERJ, os secretários municipal e estadual de Saúde do Rio de Janeiro e ordenou que fosse dada uma solução para os problemas da saúde pelas três esferas de governo, em caráter emergencial. No entanto, até o momento nenhuma medida foi realizada e UPAs e grandes emergências continuam sendo fechadas.

Para Pablo Vazquez, não foi concretizado, até o momento, o que foi anunciado pelo ministro.

“A culpa do caos que se encontra a saúde do Estado é dos governos federal, estadual e municipais. A população merece um atendimento digno, assim como os médicos têm direito a exercer a sua profissão com condições adequadas de trabalho. Os profissionais de saúde estão sendo impedidos de realizar o seu trabalho e a população não tem alternativa”, afirmou. 

O presidente do CREMERJ também ressaltou que os profissionais de saúde devem encaminhar suas denúncias aos seus respectivos conselhos e prestar queixa na Delegacia de Polícia mais próxima de sua unidade.

Já a presidente do Coren-RJ disse que os conselhos estão dando todo o suporte necessário para os profissionais que atuam nas unidades e estão fazendo o possível para reverter a situação.

“Os conselhos profissionais estão cientes da situação, tendo sido notificados pelos profissionais de saúde. Inclusive estamos fundamentados com visitas técnicas que verificaram que é caótica a situação e que não depende unicamente dos profissionais o atendimento à população. Precisamos de uma estrutura apropriada para trabalhar”, declarou Maria Antonieta Tyrrell.