CREMERJ apoia o movimento em defesa do HUPE
25/11/2015
Residentes do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), promoveram uma manifestação nesta quarta-feira, 25, em frente ao Palácio Guanabara. Em greve desde segunda-feira, 23, os médicos denunciaram a suspensão por parte do Estado do pagamento das bolsas, além de condições inadequadas de trabalho. O ato, que reuniu cerca de 200 pessoas, contou com a participação de funcionários terceirizados da unidade, que também estão com os salários atrasados. Representando o CREMERJ, o diretor Gil Simões, que coordena a Comissão de Médicos Recém-Formados do Conselho, mostrou mais uma vez apoio à luta dos residentes.
“O Hupe é um hospital de grande destaque na formação médica, além de ser ligado a uma das mais importantes faculdades do Brasil. Não podemos aceitar que suas atividades sejam suspensas, limitadas ou encerradas por falta de pagamento dos funcionários. Este é um prejuízo assistencial e educacional enorme, que atinge a população, os médicos e todos os profissionais de saúde que lá atuam. O CREMERJ apoia o movimento porque é justo e ético”, declarou Gil Simões.
De acordo com o representante dos residentes, Vitor Alvarenga, no último dia 17, durante reunião da Associação de Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), os médicos receberam um documento enviado pelo governo à Uerj, avisando que o pagamento das bolsas havia sido suspenso por falta de caixa.
“Os atrasos no pagamento da bolsa têm sido recorrentes, desrespeitando um acordo feito no início do ano. Fizemos um comunicado oficial avisando que, se não recebêssemos a bolsa, haveria paralisação, e foi o que ocorreu. É preciso uma regularidade nos repasses”, disse Alvarenga, frisando que 30% do efetivo está trabalhando normalmente no setor de urgência, para não deixar a população desassistida.
O presidente da Amererj, João Felipe Zanconato, informou que as negociações com o governo do Estado não têm avançado. “Temos a promessa de que hoje será divulgada uma data para o pagamento, mas até agora não recebemos nenhum retorno. Também não deram previsão para o depósito da bolsa referente a outubro”, relatou.
Além do atraso no pagamento das bolsas, os residentes da Uerj denunciaram a redução dos gastos em programas sociais, o sucateamento dos serviços de Saúde e a valorização da terceirização com os contratos temporários. Eles ainda ressaltaram as péssimas condições de trabalho, a falta de insumos e a infraestrutura precária.
“O que vem acontecendo é um subfinanciamento do hospital. A crise financeira do Estado está acarretando um prejuízo para a universidade e para o Hupe de uma maneira geral. A questão da bolsa é um ponto específico, mas a unidade inteira vem sofrendo com a diminuição e a falta de repasse de verbas. Isso implica diretamente na limpeza do hospital, na administração e na realização de exames é afetado, por exemplo. Em conseqüência disto, o atendimento à população é afetado, o que nos deixa mais preocupados”, acrescentou Zanconato.