Recém-criada, Câmara de Genética Médica realiza fórum
22/09/2015
Criada em março, a Câmara Técnica de Genética Médica do CREMERJ realizou seu fórum inaugural no último sábado, 19, no auditório Charles Damian.
O encontro foi aberto pela conselheira Marília de Abreu e pela coordenadora da Câmara Técnica, Raquel Boy, responsável pelo serviço de genética médica do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) e membro titular da diretoria da Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM), além do Comitê de Genética da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Na abertura do evento, Marília de Abreu destacou a importância da genética médica, que ainda é pouco divulgada, embora possua grande inter-relação com todas as demais especialidades.
“A necessidade de difusão de conhecimentos e informações impulsiona o CREMERJ a realizar fóruns voltados para o clínico geral”, afirmou.
A coordenadora da Câmara Técnica sublinhou que o fórum foi idealizado com o objetivo de propagar os conceitos e a aplicabilidade da genética médica no contexto da medicina em geral.
“A especialidade é pouco inserida nos currículos formais de medicina, e uma das propostas do fórum é promover a educação continuada na especialidade, além de suscitar discussões sobre o tema”, afirmou Raquel Boy.
Em sua palestra sobre “Introdução à Genética Médica”, Raquel reviu conceitos da especialidade e falou sobre suas aplicações, em especial para o melhor entendimento de mecanismos de doenças e transmissão e como a genética médica está inserida no atualmente na medicina.
“A especialidade estuda a associação entre doenças e genes, visando ao diagnóstico, tratamento e aconselhamento genético. Muitas dessas doenças podem se repetir no seio familiar. Existem ainda as questões terapêuticas e emergenciais. Algumas doenças podem ser controladas de forma a proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente”, destacou.
Em sua palestra sobre “Exames Laboratoriais”, o médico do Hospital Universitário Pedro Ernesto e professor substituto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Gustavo Guida destacou que uma das partes mais difíceis da genética médica é a definição dos exames mais adequados a cada paciente.
“Temos atualmente uma série de novos exames que não existiam quando os colegas se formaram. O detalhe importante é que esta ferramenta é muito útil quando bem utilizada e indicada. Essa é a dificuldade maior: saber a indicação dos exames que melhor servem ao paciente, conforme sua situação específica, além de tentar alcançar um resultado positivo da maneira mais simples e rápida possível”, disse.
Na palestra sobre “Deficiência Intelectual e Autismo”, o doutorando da UFRJ Eduardo Vieira Neto enfatizou os métodos de diagnóstico de ambos os problemas sob a luz da genética médica. Suas orientações foram todas voltadas para os médicos generalistas, e não para especialistas, conforme frisou.
A programação do fórum contou ainda com palestra do especialista Juan Clinton Llerena Junior, do Instituto Fernandes Figueira, que falou sobre “Dismorfologia e Síndromes Cromossômicas”.