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CRM decide reativar Grupo de Trabalho Materno Infantil

26/05/2015

Conselheiros do CREMERJ decidiram reativar o Grupo de Trabalho Materno Infantil em reunião nessa sexta-feira, 22, em sua sede. A decisão ocorreu após o grupo debater situações, consideradas absurdas por eles, como a não necessidade de um pediatra no parto por cesariana e a realização de partos por profissionais de enfermagem sem a presença do médico.

“Não sabemos em que pé está isso, parece que o ministro da Saúde, Arthur Chioro, recuou nessa ponderação, mas ainda é preocupante saber que há propostas para a retirada de pediatras da sala de parto. Esse é um dos pontos que consideramos mais grave”, afirmou o presidente do CREMERJ, Pablo Vazquez.

Em concordância com o presidente, o conselheiro Abdu Kexfe disse que a medida representa um retrocesso em pleno século XXI. “No primeiro minuto de vida, um em cada dez recém-nascidos necessita de auxílio que deve ser rápido e realizado pelo pediatra. Isso pode evitar mortes e problemas ao longo da vida”, completou.

Essa proposta do Ministério da Saúde também foi veementemente criticada por todos os participantes, inclusive pelo diretor da Comissão de Parto da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (Sgorj), Raphael Câmara. Além disso, ele chamou a atenção para questões discutidas no Legislativo, com o apoio de ONGs, que tem promovido fóruns sobre obstetrícia, chamados por eles de “violência obstétrica”, sem ouvir o lado das entidades médicas.

“Não recebemos nenhum convite, o que considero equivocado. Muitos métodos estão sendo chamados hoje em dia de violência obstétrica, mas não são. Os médicos não podem ficar de fora dessa discussão”, avaliou.

Em relação à presença da enfermagem em partos, Raphael Câmara explicou que a Sgorj é a favor da participação de enfermeiros desde que o comando da equipe seja feito por um médico, já que é ele que irá responder pelo paciente.

A diretora do CREMERJ Erika Reis relatou que recebeu informações de que maternidades estaduais também estão aderindo ao parto feito por enfermeiros – situação que até o momento ocorria apenas em unidades municipais. A conselheira Vera Fonseca, por sua vez, observou que, para reduzir o número de cesáreas, o ideal seria ter plantonistas obstétricos dentro dos hospitais.

Para Márcia Rosa de Araújo, todos os assuntos abordados merecem uma discussão mais aprofundada, o que reforça a necessidade da reativação do Grupo de Trabalho Materno Infantil.

“Precisamos debater esses problemas e ter um posicionamento para cada um, como: qual deve ser nossa postura nesses fóruns promovidos pelo Legislativo e que políticas devemos adotar para preservar a identidade dos colegas que percebem absurdos, mas que têm medo de se expor e perder o emprego. São questões importantes e precisamos nos unir, nos fortalecer para que realmente haja mudanças”, declarou.

Mediante a quantidade de assuntos relacionados ao tema, o presidente do CREMERJ e os conselheiros que participaram do encontro decidiram pela reativação do Grupo de Trabalho Materno Infantil. A primeira reunião será marcada nos próximos dias e terá a participação das sociedades de especialidade e das câmaras técnicas de pediatria e ginecologia e obstetrícia.

Os conselheiros Luís Fernando Moraes, Aloísio Tibiriçá, Nelson Nahon, Gil Simões e Ana Maria Cabral também participaram do encontro.