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CREMERJ constata irregularidades na UPA de Teresópolis

27/06/2014

O vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, e o coordenador da seccional de Teresópolis, Paulo Barros, estiveram na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município para uma reunião com o corpo clínico da UPA, nessa segunda-feira, 23. Os médicos denunciaram várias irregularidades, como superlotação, déficit de pediatras, falta de segurança e problemas de vínculos empregatícios.

De acordo com os colegas, um dos pontos mais críticos é a superlotação da sala amarela. Devido à quantidade de pessoas e à falta de uma porta de saída, ou seja, de leitos em hospitais de retaguarda, o setor fica tão superlotado que até a sala de medicamentos recebe pacientes, que acabam sendo internados em cadeiras de forma bastante improvisada.

O caso se agrava porque há uma dificuldade grande para encontrar vaga e transferir o paciente para os hospitais da cidade, que são o São José e o das Clínicas de Teresópolis Constantino Ottaviano (HCT). No entanto, há relatos de que normalmente tem vagas nas unidades, mas a falta de uma regulação do município eficaz impede o acesso às que estão disponíveis.

“Compete ao município fazer com que essa regulação funcione. Aliás, o CREMERJ já discutiu esse assunto com a Secretaria Municipal de Saúde, porém até agora continua defasado. Isso prejudica o atendimento à população e tem sobrecarregado os médicos da UPA. A situação do jeito que está não pode continuar”, afirmou Nelson Nahon.

A UPA também necessita que novos pediatras sejam contratados, para que um especialista fique integralmente na sala amarela. Outro problema grave é ausência de respirador infantil. O serviço de pediatria da UPA também recebe, eventualmente, recém-nascidos em estado grave, enquanto eles deveriam ir direto para um hospital.

Além disso, na unidade, não há segurança nem vigilante patrimonial, não tem ambulância própria e o sistema digital de raio-X está com defeito, dificultando o trabalho do médico, que precisa ir até o serviço de radiologia para conferir os laudos.

Os médicos também enfrentam o problema de vínculos empregatícios. Recentemente, eles rejeitaram uma proposta da prefeitura de serem contratados por uma cooperativa e, até o momento, continuam atuando sem carteira de trabalho.

No encontro, o diretor médico da UPA se comprometeu com o CREMERJ de organizar as comissões de ética e de óbito, além da revisão de prontuários. 

O Conselho agendará uma reunião com o atual secretário de Saúde de Teresópolis, com a presença do coordenador da seccional do município e de uma comissão de quatro colegas da UPA para discutir uma forma de contratação.

Além disso, o CREMERJ marcará uma reunião com a Secretaria Municipal de Saúde, com a participação da Promotoria da Juventude e da Infância e de representantes da UPA, do São José e do HCT. O objetivo é resolver a questão da transferência dos pacientes.

O Conselho, que enviou em maio o relatório da última fiscalização realizada na UPA ao Ministério Público do Trabalho e à Promotoria da Juventude e da Infância, anexará a atual denúncia a esses documentos.

“Essa é a quinta vez que o CREMERJ vem a essa UPA. É fundamental que os colegas se mantenham unidos para conseguirmos conquistar melhorias nas condições de trabalho”, disse Paulo Barros.