CREMERJ participa de reunião com pediatras e residentes do HFB
12/06/2014
Após receber denúncias de falta de recursos humanos, sobrecarga de serviço e alterações das escalas de trabalho no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), o CREMERJ se reuniu, nessa segunda-feira, 9, com pediatras da emergência pediátrica da unidade, residentes e a representante da direção-geral da instituição, a diretora médico-assistencial, Maria Cristina Garcia.
Os médicos da unidade informaram detalhes dos problemas que vêm ocorrendo, como alterações nas escalas, excesso de plantões nos finais de semana, falta de médicos para as rotinas e horas extras não remuneradas ou não compensadas, como determina a legislação.
Segundo eles, na emergência local, que é de alta complexidade, os pacientes ficam muitas vezes aos cuidados de recém-formados. Há plantões com apenas um médico, quando deveria haver no mínimo dois. Eles também denunciaram que a falta de rotina prejudica diretamente as condições de aprendizado e a formação profissional.
A chefia da pediatria informou que, por falta de médicos para a enfermaria, o serviço poderá ser desativado após o dia 14 de junho. A carência de médicos nos ambulatórios de especialidades faz com que o paciente fique internado por até três dias, aguardando um parecer médico.
Maria Cristina Garcia afirmou que solicitará a contratação de 11 pediatras ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj/MS).
O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, enfatizou que alguns colegas deixaram o HFB, em função das condições e do vínculo trabalhista precário.
“Os médicos acabam sendo muito pressionados devido à sobrecarga de trabalho e às condições locais. O médico quer exercer a sua função, porém é limitado com a péssima infraestrutura e a falta de materiais. Lutamos por concurso público com salários dignos, por um plano de cargos, carreira e vencimentos e por um atendimento adequado à população”, declarou.
Sidnei Ferreira ressaltou que é necessário que haja rotina na enfermaria e na emergência, e que, para isso, a retaguarda é fundamental. Ele orientou ainda os médicos a não deixarem de preencher seus boletins e trabalharem normalmente para não darem motivos que justifiquem o fim do serviço.
De acordo com ele, a gerência do Nerj e o Ministério da Saúde estão cientes do que ocorre no hospital.
Com relação ao caso, o CREMERJ acionará, mais uma vez, o Ministério Público Federal e a Justiça.
Foi decidido que o CREMERJ e os pediatras do HFB se reunirão novamente no dia 30 de junho, às 10h, para reavaliar a situação.
Os diretores do CREMERJ Gil Simões e Erika Reis também participaram do encontro.