Hospital Federal da Lagoa mantém a greve
11/04/2014
Representantes do CREMERJ e do Sinmed-RJ se reuniram com médicos do Hospital da Lagoa nesta quarta-feira, 9, para debater sobre a greve dos médicos federais e demais problemas da categoria.
Orientados pelo presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, membros do corpo clínico decidiram formar uma comissão para organizar e manter o movimento na unidade. A proposta é realizar uma assembleia geral para votar o projeto de combinar as agendas de todos os hospitais federais do Estado e fazer dois dias de paralisação. Atualmente, os hospitais Cardoso Fontes, Andaraí, o Into e o Instituto Nacional de Cardiologia também estão em greve.
"Precisamos unificar a proposta e discutir na assembleia geral de maneira mais detalhada. O governo só vai se mobilizar se as comissões de greve fizerem movimentos contínuos e organizados", declarou Sidnei Ferreira.
A categoria reivindica a correção das gratificações defasadas desde a MP 568, condições dignas de trabalho e atendimento adequado para a população.
Na ocasião, foram citadas ainda as constantes reuniões das entidades com o Ministério da Saúde, que aprovou recentemente a verba para pagamento das gratificações mas, quando o projeto chegou ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, os recursos não foram liberados.
Em relação à greve, os colegas salientaram a importância da união entre os médicos de todos os hospitais tanto nas questões de interesse da categoria quanto nas específicas de cada unidade. Ressaltaram ainda que a população deve ser informada sobre os problemas enfrentados pela saúde pública e de que forma eles afetam a vida de todos.
A gestão de hospitais por Organizações Sociais, o Mais Médicos e um balanço positivo do ato público que aconteceu no dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, na Cinelândia, que reuniu cerca de 500 pessoas, foram outros temas abordados no encontro.
Após a assembleia, Sidnei Ferreira e Jorge Darze, presidente do Sinmed-RJ, se reuniram com a diretora geral do hospital, Roberli Bicharra, e com a diretora médica, Adriana Proença, para solicitar o apoio da direção na greve dos médicos.
"A opção pela greve é direito de cada médico, desde que isso não afete o atendimento nos serviços de emergência da unidade", disse Roberli.
"Fizemos várias assembleias, nas quais os médicos decidiram fazer a greve. As entidades apoiaram porque as reivindicações são justas e éticas e precisamos ter alguma resposta do governo. Queremos que a direção nos ajude, não obstruindo o movimento e sabendo que nada irresponsável vai ser feito. Vamos respeitar os casos graves, ninguém vai ficar sem atendimento urgente ou prioritário", afirmou Sidnei.
Participaram também do encontro a diretora do CREMERJ Erika Reis, o chefe do serviço de urologia e presidente do corpo clínico, Tomás Accioly, e o chefe do serviço de otorrinolaringologia e do centro cirúrgico, Sidney Magaldi.