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Médicos protestam contra o sucateamento do Hospital do Andaraí

17/12/2013

Cerca de 300 pessoas, entre médicos, representantes do CREMERJ e de outras entidades, profissionais de saúde e funcionários, participaram de um ato público nesta terça-feira, 17, em frente ao Hospital Federal do Andaraí, contra o sucateamento da unidade e as péssimas condições de trabalho. Participantes da mobilização responsabilizaram o governo federal e o Ministério da Saúde pelo estado precário do hospital. Os procedimentos eletivos foram paralisados por cerca de uma hora para a manifestação.

Segundo os manifestantes, na unidade, há falta de recursos humanos, deficiência de insumos, diversidade de vínculos empregatícios, discrepância salarial, entre outros. Além disso, o hospital enfrenta problemas estruturais e de higiene, como: funcionamento precário dos elevadores; alagamentos e vazamentos quando chove; tubulações comprometidas; equipamentos quebrados; e condições sanitárias inadequadas.

De acordo com o presidente do corpo clínico do Andaraí, Gabriel Pimenta, hoje, cirurgias foram canceladas porque materiais cirúrgicos não puderam ser esterilizados.

“É possível continuar do jeito que está. São obras inacabadas, falta de limpeza, dificuldade para esterilizar instrumentos, sem contar os outros problemas. São fatores básicos, que, infelizmente, não temos. Não vamos deixar de denunciar as mazelas do Andaraí, porque precisamos de melhorias”, afirmou.

O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, destacou a ausência de um planejamento para a saúde do governo federal, o que tem resultado nesse caos. Para Sidnei, o objetivo do governo é privatizar a saúde, implantando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para gerir os hospitais federais e, por isso, as unidades vêm sendo abandonadas.

“O Hospital do Andaraí, atualmente, só funciona porque aqui existem médicos e profissionais de saúde comprometidos com o seu trabalho e com a população. Estivemos em reunião com representantes do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro e ouvimos explicações, mas precisamos de soluções, pois, enquanto isso, o quadro clínico de alguns pacientes vai se complicando, a ponto de perderem a chance de tratamento. Isso é um absurdo! Lutamos pelos direitos da população e por condições dignas de trabalho. Se há desvio de verba nesta unidade, isso é um crime hediondo e merece ser tratado como tal”, declarou.

Sidnei também mostrou indignação em relação ao progressivo fechamento de serviços e de unidades e chamou a atenção para essa época do ano, em que a cidade recebe muitos turistas e a população poderá ficar ainda mais desassistida. Segundo ele, no Rio de Janeiro, há um déficit de 180 leitos diários, o que eleva a importância do bom funcionamento do Hospital do Andaraí para o município.

O sucateamento da unidade também tem prejudicado a residência médica. Segundo os residentes, o ensino acaba sendo afetado devido ao cancelamento de cirurgias e à falta de exames. O presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), Diego Puccini, afirmou que os residentes não deixarão de brigar por melhorias.

Os conselheiros Pablo Vazquez, Gil Simões e Armindo Fernando da Costa, e representantes do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) também participaram do evento.