CREMERJ debate indicadores perinatais do município
04/12/2013
Indicadores perinatais do município foram o tema do encontro que reuniu o CREMERJ, a Sociedade de Pediatria do Estado do Rio Janeiro (Soperj) e a Superintendência de Maternidades e Hospitais Pediátricos da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (SMSDC), nessa segunda-feira, 2, na sede da Soperj.
Na reunião, a superintendente do órgão, Maria Auxiliadora Gomes, apresentou um panorama geral da área de neonatologia e obstetrícia no município. O levantamento mostrou, por exemplo, que houve uma queda da taxa de mortalidade neonatal nas redes municipal e privada nos últimos 11 anos – de 2002 até hoje. Segundo os números da área, nesse período a taxa caiu de 16% para 8% nas unidades municipais; e de 10% para 7,8% nas particulares.
O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, ressaltou que os resultados poderiam ser ainda melhores caso algumas maternidades não sofressem com a falta de médicos e de infraestrutura e todas contassem com um suporte de beira de leitos, como por exemplo cirurgia pediátrica.
“Os resultados são alvissareiros, mas todas essas questões esbarram no problema de recursos humanos. Por isso, é fundamental a realização de concursos públicos, salários dignos e carreira de Estado. O CREMERJ tem visitado várias maternidades, como a Alexander Fleming, que embora realize cerca de 70 partos por mês, conta com apenas dois obstetras, dois pediatras e dois anestesistas”, destacou Sidnei Ferreira.
Maria Auxiliadora afirmou que o setor vem realizando esforços para melhorar a situação geral da área e concordou com a observação do presidente do CREMERJ sobre a questão de falta de recursos humanos.
“Será necessário uma intervenção do governo ou não sustentaremos a situação por muito tempo. Também me preocupa muito a situação dos hospitais universitários, que possuem poucos profissionais experientes na área”, desabafou Maria Auxiliadora.
Por outro lado, a superintendente enfatizou os resultados positivos alcançados com iniciativas como o programa Rede Cegonha e a concretização da vinculação pré-natal/parto. O sistema da “ambulância cegonha”, comemorou, acabou com o problema das gestantes que tinham que pegar táxi ou ir de ônibus para a realização do parto.
Após destacar a importância dos números que, em sua visão, mostram uma significativa redução da mortalidade neonatal no município, o presidente da Soperj, Edson Liberal, questionou a relação entre o número de atendimentos nas maternidades e o de recursos humanos, principalmente nos hospitais universitários.
Também participaram da reunião o conselheiro Gil Simões; os diretores do Hospital Municipal Carmela Dutra, Antonio Carlos de Almeida Melo, e do Instituto Fernandes Figueira, Claudio Ramos; os membros do Comitê Perinatal da Soperj Carmem Elias, Isabel Mendes e Laura Afonso Dias; a representante do Comitê Perinatal do Hospital dos Servidores do Estado Ana Lúcia Figueiredo; e a responsável técnica pela área neonatal da Secretaria Municipal de Saúde, Nicole Gianini.