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Mais de 200 pessoas protestam contra abandono do Salgado Filho

14/08/2013

Mais de 200 pessoas, entre médicos, representantes de entidades, profissionais de saúde e acadêmicos de medicina, participaram nesta quarta-feira, 14, de ato público, que teve apoio da população, em frente ao Hospital Municipal Salgado Filho, contra as péssimas condições de trabalho na unidade. Com faixas e palavras de ordem, os manifestantes responsabilizaram a prefeitura do Rio e a Secretaria Municipal de Saúde pelo estado de abandono do hospital. Um trecho da rua Arquias Cordeiro, no Méier, ficou interditado por cerca de 20 minutos.

A manifestação, promovida pelo CREMERJ após uma reunião com a Comissão de Ética Médica do Salgado Filho, aconteceu depois de uma fiscalização realizada pelo Conselho na segunda-feira, 12, que constatou mais uma vez várias irregularidades na emergência, como a superlotação e a falta de recursos humanos. Na sala de observação, por exemplo, com capacidade para até 14 pessoas, havia 42 pacientes internados.

“A situação está bem pior que nas outras fiscalizações que fizemos. Estamos indignados com o descaso das autoridades em relação ao Salgado Filho. Os colegas estão trabalhando em péssimas condições, o que pode, sim, comprometer um atendimento de qualidade à população. Não é a primeira vez que denunciamos isso. Desde fevereiro, estamos nessa luta e notificamos a Secretaria Municipal de Saúde várias vezes, mas até agora nenhuma medida foi tomada”, declarou a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo.

Na ocasião, Márcia Rosa citou o caso de uma médica que na última vistoria contou aos fiscais do Conselho que precisou passar por baixo de duas macas para poder atender a outro paciente, com parada cardíaca.

“É uma situação muito preocupante, pois no Salgado Filho não existe mais condições técnicas para o médico exercer a sua atividade digna e eticamente. Com isso pode acontecer um problema grave e o médico não poderá ser responsabilizado por isso”, destacou.

As péssimas condições de trabalho também afetam os futuros especialistas. Segundo a presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Beatriz Costa, os residentes enfrentam dificuldades em razão da falta de infraestrutura, insumos e medicamentos e, muitas vezes, preceptoria.

Os manifestantes reivindicaram uma ação imediata no Salgado Filho para solucionar essa situação de calamidade. De acordo com o CREMERJ, se o estado de abandono permanecer, na próxima semana, haverá um novo ato público. 

O Salgado Filho atende em média 300 adultos e cerca de 100 crianças por dia. Atualmente, é o primeiro hospital do município a realizar mais atendimentos de emergência. Existe ainda, segundo relatório de fiscalização do CREMERJ, um déficit de oito neurocirurgiões e de, no mínimo, 20 clínicos na emergência.

Participaram também da manifestação os conselheiros Nelson Nahon, Erika Reis, Matilde Antunes e Armindo Fernando da Costa; o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), Jorge Darze; representantes de outras entidades médicas, sociais e de saúde; além de moradores da região.